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Fábrica da Coca-Cola em Azeitão poderá “em breve” produzir para fora da Península Ibérica

A fábrica da Coca-Cola European Partners (CCPE) em Azeitão, Setúbal, poderá “em breve” produzir para outros países da Europa além da Península Ibérica, disse o vice-presidente e responsável pelo mercado português, Rui Serpa, à Lusa.

“Já produzimos na nossa fábrica bastantes referências para o mercado espanhol e em breve acreditamos que vamos ser capazes de atrair produção para outros países da Europa”, afirmou o vice-presidente e diretor para Portugal da CCPE.

“Não posso dizer que marcas, nem que países, mas contamos a meio do ano estar a produzir para outros países além Península Ibérica”, acrescentou o responsável.

“Tendo em conta que, em termos de negócio, a questão de logística e transporte é bastante importante, ir além da Península Ibérica significa que efetivamente há uma capacidade, uma mais-valia local e isso enche-nos de orgulho”, sublinhou Rui Serpa, apontado que a “polivalência da unidade fabril é muito importante”.

A fábrica da Coca-Cola em Azeitão emprega cerca de 200 pessoas, tem oito linhas de produção e produz “por ano ano mais de 250 milhões de litros de produtos”, referiu.

“Estamos sinalizados como uma das fábricas da rede industrial da Coca-Cola European Partners – estamos a falar Grã-Bretanha, Portugal, Espanha, França, Alemanha, Noruega, Suécia, Bélgica, Luxemburgo e Holanda – que também serve de ‘backup’ para os outros países”, disse, acrescentando que tal “significa capacidade competitiva e competência” por parte da unidade.

Em Azeitão “produzimos 90% de tudo aquilo que vendemos em Portugal” e só não é “100%” porque há produtos “mais específicos que requerem uma produção diferente e aí é feita nesta rede de fábricas que temos a nível ibérico”, explicou.

Desde o início de março, a fábrica de Azeitão começou a produzir Fanta Guaraná, um produto que é exclusivo de Portugal, sendo o “único país da Europa que tem este sabor”, que decorre da aposta da Coca-Cola na inovação e até ao momento já vendeu 300.000 litros.

“A razão o lançamento prende-se em primeiro lugar por toda a estra a estratégia de inovação que temos vindo a ter e, sobretudo, pelo impacto que pode ter no nosso negócio e na dinamização dos nossos clientes”, disse o responsável.

“O lançamento de produtos em tempos de crise e ir em contraciclo representa também uma oportunidade”, salientou.

Em 2018, a empresa anunciou um investimento de 10 milhões de euros na fábrica até 2023.

“Estamos dimensionados para médio e longo prazo e para produzirmos as atuais quantidades que produzimos e, por essa razão, não tivemos de fazer um investimento adicional” na fábrica para produzir Fanta Guaraná, disse, quando questionado sobre o assunto.

O investimento na aposta do Guaraná divide-se em três partes: desenvolvimento do produto, marketing e vendas, mas a CCPE não avançou montantes.

Questionado sobre se haverá possibilidade de, caso o produto tenha sucesso, exportá-lo para países da diáspora portuguesa, Rui Serpa afirmou: “Eventualmente”.

Sobre a evolução de vendas em Portugal no ano passado, que foram impactadas pela pandemia de covid-19, o responsável adiantou que houve um decréscimo de “15% das vendas em volume”.

“Foi uma inversão face à tendência que trazíamos, de crescimento consecutivo há mais de cinco anos, o que era bastante positivo e acima da média do setor”, comentou.

“Sendo nós uma empresa que tem componente grande da venda dos nossos produtos no canal HoReCa [Hotéis, Restaurantes, Cafés], naturalmente fomos afetados” afirmou, salientando que o início deste ano também foi “duro” devido ao encerramento da restauração.

Na linha de produção, as de vidro e lata foram as mais atingidas, sofrendo “grandes reduções no ritmo”, ao contrário das vendidas na distribuição moderna (supermercados e hipermercados).

“Tivemos uma grande preocupação com as pessoas desde o início, não só com todas as questões de saúde e de proteção, mas também o tempo levou-nos a tomar uma decisão importante que não foi a melhor economicamente para a empresa, mas sim a melhor e a mais importante do ponto de vista social, em que não reduzimos o número de pessoas, nem recorremos a nenhum modelo disponível, nomeadamente o ‘lay-off'”, salientou.

Com a pandemia, a contratação temporária, que decorre de períodos de pico como no verão, não aconteceu.

A CCPE, adianta, deu prémios até 500 euros por mês aos colaboradores da produção e equipa comercial que se mantiveram em trabalho presencial por a sua função não permitir o teletrabalho.

Além doss 400 empregos diretos, a Coca-Cola estima 8.400 empregos indiretos decorrentes da sua atividade, sendo que “por cada euro de produtos” da marca comprados no mercado português, “cerca de 85 cêntimos ficam na economia local”.

“O nosso impacto na economia portuguesa estimado é de 418 milhões de euros, que representa 0,2% do PIB [Produto Interno Bruto] português”, rematou.


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