Um estudo realizado pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISPA), revelou que o uso “mais compulsivo” das redes sociais aumenta a probabilidade do utilizador vir a ter problemas sexuais, tanto nos homens como nas mulheres. Entre os problemas identificados, está a insatisfação sexual ou a disfunção erétil.
Rui Miguel Costa, coordenador do estudo e investigador do William James Center for Research, no Ispa, concluiu que “quanto maior o grau de dependência das redes sociais, maior a probabilidade de haver problemas sexuais”.
De acordo com a Agência Lusa, foi registado um risco de disfunção erétil e de insatisfação sexual mais elevado nos homens, já nas mulheres existe uma maior probabilidade de dificuldades na excitação e no orgasmo, assim como de insatisfação sexual e dor durante as relações sexuais.
O investigador referiu que nos últimos anos tem havido “uma série de investigações”, que têm concluído que o uso obsessivo das redes sociais é um excelente condutor para provocar problemas emocionais, ansiedade, depressão e solidão.
“O que não se sabe muito bem, ou pelo menos não tem havido uma grande vontade de fazer a pergunta, é se o uso muito frequente de redes sociais também afeta o funcionamento sexual”, indicou, expondo que havia apenas dois estudos realizados acerca deste tema, estando um no Irão e outro na Polónia, que verificaram que “o uso muito frequente de redes sociais se associava de facto a problemas sexuais”.
Mesmo sem haver dados claros ou explicações científicas para o fenómeno, Rui Costa afirmou que “algo tem que ser investigado no futuro”.
“Também é possível que o risco de problemas sexuais seja aumentado pelo stress e mal-estar psicológico que, por vezes, as redes sociais geram, sendo que estas duas explicações não são mutuamente exclusivas”, apontou.
Para Rui Costa, é importante que as pessoas percebam que o uso desregulado das redes sociais tem de ser visto como um problema real e aconselha a que estas “comecem a ganhar consciência de que há um efeito tóxico na sua utilização excessiva, com o acontece com o álcool, o tabaco, que pode levar a perturbações emocionais, causar sentimentos de solidão, mesmo em pessoas que têm relações ótimas”.
“Isto é um fenómeno muito interessante e provavelmente deve-se ao facto de o nosso cérebro ter evoluído ao longo de milhões de anos e estar preparado para reconhecer uma companhia quando está fisicamente presente”, explica.
“Ao insistirmos sistematicamente em tentar conectar-nos, não meramente em receber e transmitir informação, mas ter uma ambição maior de conexão social com outros, o nosso cérebro não recebe inteiramente a informação de que está com alguém e isto gera sentimentos de solidão e nós sabemos agora que, quanto mais as pessoas usam as redes sociais, mais sós vão ficando, que é uma coisa paradoxal”, concluiu.
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