À Boa MesaOpinião

Estar bem é um estilo de vida

Um artigo de opinião de Pedro Guerreiro Cavaco acerca da alimentação Paleo.

O título deste artigo corresponde a um slogan de uma Clínica no Parque as Nações. Achei graça ao receber um cartão porque o slogan me recordou a descrição que muitos dão à alimentação Paleo, isto é, ser esta (também) um estilo de vida.

Bom, mais claro se torna que a junção de ambas manifesta uma simbiose interessante.

Fiz mil dietas, consumi fármacos, visitei médicos da moda, nutricionistas e não consegui chegar onde quis. Porquê? Porque não há milagres. Lemos e ouvimos muito sobe dietas e o que é facto é que as revistas, nestes trinta e muitos anos de memória, continuam a falar delas. Então, mas não há uma que se aproveite? Não sei. Fiz muitas e mantenho um bom porte físico.

Há uns tempos atrás ouvi falar em Paleo. Não acreditei minimamente. Mas depois vi dois casos reais, próximos de mim, a quem disse “como você emagreceu…”. Em ambos, havia registo Paleo. Foi aí que me convenci a entrar em mais uma. Entrei num mundo novo onde, ao invés de uma dieta, me propuseram a mudança radical da minha alimentação e, ao contrário da dieta, sine die, isto é, sem prazo. Por outras palavras, para sempre.

Quis perceber o que era o Paleo, a doutrina Paleo, as consequências do fazer uma alimentação Paleo. Comprei livros, os quais recomendarei em fim de texto, interagi com imensas pessoas e comecei então o meu caminho. Propus perder muitos quilos este ano. Não sei se conseguirei atingir a meta, mas sem embargo de não conseguir, perdi realmente peso e melhorei significativamente a minha performance física e irei continuar a perder. Quando eliminamos um saco com 10Kgs – valor atingido até agora – que levamos sempre às costas, o corpo agradece.

Sim, modifiquei tudo. Vou descrever algumas das mudanças por mim implementadas.

Nem sempre tomo o pequeno almoço. Se não tiver fome, mantenho o jejum. Nestes casos bebo um “turbinado”, um boost de energia de baixíssimo valor glicémico. Tendo-a, posso comer ovos com bacon (limpo), yogurte grego de kefir (kefir em flor, um probiótico), ou outros.

No Paleo come-se boa gordura ou gordura saudável (azeite extra virgem, por exemplo) porque sacia e não nos faz mal. Há a absoluta preocupação em eliminar o glúten e todos os alimentos que o contêm. As frutas são consumidas com critério atendendo à qualidade. Aprende-se a ler rótulos. Os processados não são bem-vindos. Passei a visitar semanalmente o mercado, comprando carne, peixe, legumes variados e verduras. Há tantos anos que não o fazia… era com a minha avó. Retomei este bom e velho hábito. Há troca dos açúcares refinados pelos naturais ainda que estes sejam consumidos moderadamente. Também as farinhas refinadas são substituídas pelas low carb de sementes. Mas, tal como o açúcar, farinha será sempre farinhas. Isto é, moderação no consumo.

Um prato Paleo tenderá a levar 25% de proteína e o remanescente entre verduras e legumes.

Outras prioridades: água! (todos os dias uma garrafa de 1,5lts) e exercício físico.

Ora bem, a comer correctamente perdemos peso. Não como uma dieta mágica e rápida, não com cápsulas, mas alterando radicalmente o nosso comportamento alimentar, o nosso estilo de vida.

Agora vem a parte mais difícil, o dilema – até percebermos que este plano não é apenas mais um de muitos – de modificar os hábitos dos filhos. Não tendo maturidade, não compreenderiam as razões por uma mudança radical, abrupta. Como tal, a meu ver, deve-se procurar a sensibilização gradual, informando-os dos benefícios e malefícios de alguns alimentos e as boas escolhas alternativas. Será forçosamente uma etapa gradual, sem pressa de correcção. Levará o seu tempo. Porquê? – questionarão. Eu respondo assim, não custa ver os pirralhos obesos? Não pela estética. Antes pela saúde ou falta dela e todos os problemas associados. Erradicar a obesidade deveria ser prioridade de governo, fosse ele qual fosse, em sucessivas campanhas pela saúde. Não basta acrescer impostos aos produtos nocivos… a procura será a mesma, garantidamente, e os cofres do Estado engordam.

Por último, nas redes sociais existem grupos que ajudam neste processo. Recomendo o grupo Na Cozinha Paleo com a Evans. Procurem que vale a pena.

Uma nota final. O médico que me segue perguntou se tinha cuidados alimentares. Bom, pergunta complicada. Para não mentir, respondi-lhe que neste momento, sim. E identifiquei o Paleo. Ele sorriu e elogiou, alegando ser uma alimentação equilibrada.

 

Deixo, conforme escrevi, a informação sobre livros que recomendo:

Dieta sem Dieta de Ana S. Guerreiro

Energia Paleo de Mark Sisson

A Dieta do Paleolítico de Loren Cordain

Cérebro de Farinha de David Perlmutter

 

Estar bem é um estilo de vida. Compete-nos descobrir e… mudar.


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