Opinião

Esqueçam a ‘Extrema-direita’, a ameaça agora é o Comunismo


Antes de começar o artigo tenho de dizer que nunca fui adepto da ideologia comunista. Sou profundamente pró-liberdade, mercado livre, Estado mínimo, poucos impostos, eficiência máxima e democracia. No entanto, como observador da política nacional e internacional não posso deixar de escrever uma previsão sobre o crescimento exponencial dos partidos comunistas em toda a Europa que poderá acontecer nos próximos anos.

Comecemos pelos motivos básicos desta exposição: O cenário macro-económico, as bases históricas e como o Comunismo irá implementar-se novamente na cultura política europeia.

Quanto ao cenário macro-económico, depois de uma das medidas mais extraordinárias de bloquear a Rússia do sistema SWIFT, a Europa irá inevitavelmente viver um cenário catastrófico de empobrecimento.

Pela primeira vez na história o ocidente conseguiu transformar um credor num tomador de prejuízo. A Rússia detinha um acervo de ativos em Euros e Dollars, e investimentos nos países ocidentais, dos quais neste momento não pode retirar nenhum retorno. Ora, este novo paradigma não só nos introduz a ideia de que já não existe um sistema global de transações neutro, como abre a porta para que o Dollar possa vir a deixar de ser a moeda de reserva mundial.

Isto demonstra também que quem controla o sistema financeiro mundial não são os mercados – os indivíduos realizando transações livres de bens e serviços -, mas sim os Estados Unidos da América. Não só é um paradigma totalmente anti-liberal, anti-globalização – seja a nível do mercado como a nível da soberania coletiva e individual – como também irá provocar toda uma necessidade de diversificação dos investimentos, fazendo com que passe a existir dois ou mais sistemas de transações globais.

O primeiro país a ganhar com esta Nova Ordem Mundial é a China, precisamente um país governado por um partido comunista. Caso a China consiga contornar os problemas emergentes do seu mercado interno e caso a Rússia fique com controlo do acesso ao Mar Negro – proporcionando-lhe a criação de uma nova “super rota da ceda” – esta será o exemplo de crescimento e prosperidade dos próximos anos.

A Europa a bater-se cada vez mais pelo debate sobre a soberania, pela nova necessidade de corrida as armas, atacada pelo empobrecimento e inconseguimento, será um barril de pólvora perfeito para um novo crescimento dos partidos comunistas no seu seio.

Historicamente, os partidos comunistas foram mais fortes, influentes e organizados no mundo, precisamente durante os períodos de guerra e pós-guerra (segunda guerra mundial e guerra fria). No cenário atual, quando assistimos aos erros crassos do ocidente, como a cultura do cancelamento, os embargos, a falta de transmissão sobre o entendimento da Geopolítica e o branqueamento da desastrosa política externa do atual executivo Americano, os partidos comunistas ganham terreno plano e firme para os seus discursos.

Veremos a Extrema-direita, que hoje é acusada de tudo e mais alguma coisa “contra as bases democráticas”, apoiando todo o tipo de deformação do mercado, pedindo nas entrelinhas, intervenção Estatal. Isto a colocará em incoerência mortal, fazendo com que os votos saiam do “anti-sistema” que pedia mais liberdade para o “anti-sistema” do comunismo.

Os partidos comunistas irão ganhar uma aura que já não detinham desde antes do 25 de abril 1974, fazendo com que os seus militantes se sintam quase com espiões da KGB alinhados com o Kremlin. Unindo isto aos procedimentos culturais e de doutrinação onde os partidos comunistas são inigualáveis, os comunistas voltam a ter um propósito, uma juventude e um mistério que poderá voltar a cativar uma população faminta, descontente e a lutar para recuperar a dignidade, o propósito e um passado.

Espero estar redondamente enganado, no entanto, tendo em conta esta nova ordem internacional, esqueçam lá a extrema-direita, a ameaça é mesmo o comunismo.


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