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Empresários com balanço negativo na reabertura de estabelecimentos de restauração e bebidas

O dia 18 de Maio marcou a reabertura de vários estabelecimentos de restauração mas nos dois estabelecimentos contactados pelo Diário do Distrito, este primeiro dia após dois meses de encerramento não correu da melhor forma.

“Foi péssimo este primeiro dia, foi super-fraco, apesar de todas as medidas de segurança que temos, e de ter divulgado a reabertura no Facebook, não tivemos a adesão que esperava. Apenas servi cinco almoços, e tinha no menu bacalhau assado com batatas a murro, febras e bife”, explicou Patrícia Ramos, proprietária do restaurante Normand, na Amora.

Sobre as razões que ainda afastam os clientes, Patrícia Ramos aponta “o terem medo de ser contaminadas por outras, de recearem o contacto de quem as serve, apesar de termos todas as medidas de segurança, e a isto alia-se a falta de dinheiro que muitas pessoas já estão a sentir.”

Implementar estas normas “é muito dispendioso, tive de comprar toalhetas individuais, papéis para o pão e para os talhares, géis de desinfeção, líquidos desinfectantes, máscaras e viseiras para mim e para a minha mãe, e só consigo colocar quatro mesas de cada lado da sala, o que diminui o número de clientes, mas além de termos de cumprir, queremos também que estes se sintam seguros”.

O espaço esteve encerrado dois meses e uma semana, tendo a proprietária optado pelo lay off “mas ainda não recebi nada”. O tempo «livre» foi usado “para pintar o restaurante (e a minha casa) e alterar algumas coisas no espaço”.

Apesar de tudo, mostra-se esperançosa para o futuro, “porque se não tivermos esperança, nem valia a pena reabrir”.

Dois meses e um dia foi o período de tempo que o proprietário do Café Lagoa, na Arrentela, esteve encerrado devido à pandemia de covid-19.

“Reabri esta segunda-feira, mas o negócio está apenas a 40%… e hoje parece que vai ser igual ou até pior” lamentou o proprietário Joaquim Maralhas.

“Acho que as pessoas ainda têm medo, já circulam na rua, mas não fazem as paragens que faziam antes, nem mesmo com a esplanada, que montei mais para mostrar que voltei a abrir, mas não tem sido ainda motivo para as pessoas virem cá, só mesmo os vizinhos aqui do Cavadas.

Durante o encerramento não recorreu ao ley off “porque não tenho empregados e já estou reformado” mas teve uma despesa acrescida com o material de higienização que colocou no estabelecimento.

“Temos álcool gel para os clientes desinfectarem as mãos à entrada e à saída, tenho lugares marcados no chão para as pessoas que estão ao balcão e tinha 15 lugares sentados e passei para 5, um terço da capacidade. E já não posso fazer petiscos, até a ordem ser alterada, até porque estão proibidos os ajuntamentos de mais de dez pessoas.

Agora o café tornou-se uma casa de ‘beber e sair’.”


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