Empresa japonesa lança primeira missão espacial privada na Lua esta quarta-feira
A Ispace, empresa japonesa de tecnologia espacial, está a preparar-se para lançar o seu módulo lunar, Hokuto-R, no dia 30 de novembro, quarta-feira. Se a missão for realizada com sucesso, será a primeira nave espacial financiada e construída por uma companhia privada a pousar na Lua.
Em 2019, a organização sem fins lucrativos (ONG) israelita SpaceIL, tentou o feito com a nave Beresheet, mas uma falha no motor fez com que o aparelho colidisse com a superfície lunar, tornando a missão um fracasso. Até ao momento, apenas os Estados Unidos da América, União Soviética e a China é que conseguiram pousar com sucesso na superfície lunar, embora a “luta” esteja longe de terminar.
A empresa japonesa tem crescido e já se tornou numa multinacional com escritórios no Japão, Estados Unidos e Luxemburgo. “Já somos uma empresa totalmente internacional e temos o objetivo de posicionar a Ispace como uma ponte internacional entre os Estados Unidos e empresas de outros locais do mundo”, afirma o CEO da Ispace, Takeshi Hakamada. A companhia detém contratos com a NASA e a Agência Espacial Europeia, de forma a realizar missões futuras para coleta de amostras de poeiras lunares, assim como pela procura de água.
A sua primeira missão, chamada M-1, está equacionada para ser lançada num foguetão SpaceX Falcon 9, dia 30 de novembro, em Cape Canaveral, na Flórida. A sonda levará um pequeno rover (robot) para o Centro Espacial Mohammed bin Rashid dos Emirados Árabes Unidos, um outro robot para a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) assim como uma câmara e um computador de voo para uma outra empresa canadiana. Se o voo for bem sucedido não se vai tratar apenas do primeiro voo privado a pousar na superfície lunar, mas também na primeira nave espacial do Japão a aterrar com sucesso no satélite natural da Terra.
No entanto, se a Ispace quiser de facto conquistar este feito tem de ter em atenção outros dois concorrentes, e ambos dos Estados Unidos. Embora o aparelho Nova-C, construído pela Intuitive Machines, e o Peregrine da Astrobotic não estejam programados para serem lançados antes do próximo ano, vão seguir rotas mais diretas para a Lua e poderão vencer a corrida espacial perante o Hakuto-R.
“Não damos muita importância a quem chegar primeiro”, sublinha Hakamada. “A nossa visão é criar um ecossistema lunar economicamente viável e não acho que seja possível fazê-lo com apenas uma empresa, preferimos estar envolvidos com várias empresas de forma aumentar o volume de negócio.” A Ispace já tem mais duas missões lunares em desenvolvimento, com o objetivo de manter o ritmo de lançamentos em 2024 e 2025.
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