Opinião

Em equipa que perde não se mexe

O som do WhatsApp alertava-me para uma mensagem. Dizia o seguinte:

“Na rádio dizem que o Rio vence à primeira volta.”

Li-a novamente. E outra vez. Fui ao google confirmar a veracidade da informação. Era mesmo verdade. Rio poderia vencer à primeira volta. Fiquei espantado, estupefacto.

A noite decorria e eis que a televisão avança com a informação da probabilidade de uma segunda volta, o que se viria a confirmar. Foi, perdoarão a franqueza, uma sensação de alívio. Rio não terá conseguido vencer a eleição à primeira por singelos 344 votos.

A minha perplexidade dá título ao artigo. Na verdade, para a maioria dos militantes do partido que votaram no pretérito Sábado, em equipa que perde não se mexe.

Numa altura em que se aguardava – em tese – uma mudança, eis que a maioria votou pela continuidade. Se os militantes do partido, na sua maioria, entendem que “assim está bom”, pois democraticamente tem se se aceitar tal desiderato. Se a senda de derrotas não angustia, pois aceite-se democraticamente a escolha. Se ser segundo do PS – depois de um esforço tremendo de Passos Coelho, reconhecido e legitimado nas urnas – é opção duradoura, pois aceite-se democraticamente tamanho pronúncio.

Ao contrário do que disse Luís Montenegro na ressaca da noite eleitoral, discordo em absoluto de que a maioria tenha pretendido a mudança, porquanto muitos militantes terão votado em Pinto Luz pelo facto, singelo, de não quererem votar nem em Rio, nem em Montenegro. Assim, a teoria de que os votos de Pinto Luz migram para Montenegro não colhe. O mais provável, na minha opinião, é que muitos desses votos fiquem retidos na abstenção.

Este artigo será publicado no Sábado eleitoral em que se apresentam poucos cenários, nomeadamente:

– 9 mil votantes não ficam abstencionistas como no Sábado anterior (esta é a verdadeira esperança de Montenegro num juízo de prognose favorável, ainda que muito incerta);

– 9 mil mantêm-se abstencionistas, o que deixa o espaço eleitoral ser ocupado pelos votantes do pretérito Sábado;

– Os militantes que deram o seu voto a Pinto Luz por não quererem nem Rio, nem Montenegro, abstêm-se;

– Os militantes que deram o seu voto a Pinto Luz vão às urnas e votam em Montenegro (dificilmente um votante de Pinto Luz vota em Rio).

Mas, a par, há duas nuances que resultam dos resultados favoráveis a Rio e que podem conflituar com o que os candidatos assumiram. Uma são os apoiantes de Rio não irem votar por assumirem que “está ganho”; a outra, em sentido contrário, os militantes de Montenegro não irem votar poer assumirem que “está perdido”. Ora, a capacidade de mobilização é, nesta semana, o que mais importa.

Eu apoio Luís Montenegro. E fi-lo a partir do momento em que o Miguel Morgado informou da sua não candidatura. Por coerência, por convicção. É a minha linha. Entendo, face à ausência do Miguel e face aos candidatos, que Luís Montenegro é a pessoa que se apresenta com maior capacidade para devolver o partido ao seu lugar.

 

PSD Seixal

Simultaneamente decorreram eleições para os órgãos concelhios da secção e delegados ao Congresso.

Na Comissão Política de Secção o candidato eleito Presidente foi Bruno Vasconcelos.

A nova CPS – que integro – define-se como alternativa não socialista no concelho do Seixal, com foco na (absolutamente) necessária coesão dos militantes, o que implica a revitalização e participação activa destes na vida do partido que, de per se, é plural e que, ao nível do concelho do Seixal se quer aberto, mais capaz, mais dinâmico e mais ganhador.

Esta nova CPS vai querer romper com a visão estagnada que a esquerda tem do concelho do Seixal, promovendo uma verdadeira alternativa democrática para o cidadão.

E, naturalmente, tem os seus objectivos. Tem-nos internamente e, ao que interessa, tem-nos externamente, que passam – após ter sido retirada a maioria absoluta ao PCP, em 2017 – por melhorar os resultados do último sufrágio com vista a fortalecer a sua posição nos vários fóruns autárquicos.

Com visão e inteligência esta equipa dará, confio, frutos.


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