Opinião

E se não tivessem existido heróis no “25 de Novembro de 1975”?

Opinião de Bruno Fialho

Pergunto-lhe, já visitou a antiga República Democrática Alemã (RDA), a Roménia (aquando do tempo do regime do ditador Ceausescu), a Coreia do Norte, a República Popular da China ou Cuba?

Se visitou algum destes países, já sabe como seria viver em Portugal se não tivessem existido heróis no “25 de Novembro de 1975” e, por isso, não precisa de ler o resto do artigo.

Mas, caso não tenha tido a oportunidade de ter visitado, pelo menos, um desses países, então, tentarei mostrar-lhe como seria viver no nosso país, se no dia “25 de Novembro de 1975” não tivesse sido  travada uma tentativa de golpe militar prepectuada pela extrema-esquerda, que pôs fim ao PREC (Processo Revolucionário em Curso).

Antes de iniciar a tentativa de mostrar uma realidade paralela de um Portugal sem democracia, quero esclarecer que acredito numa ideologia do Centro Progressista, em que as soluções para o país tanto podem ser aquelas que são vulgarmente conotadas como sendo de esquerda ou as que são apontadas como sendo de direita, pois devemos sempre optar pelas que forem mais benéficas para o povo.

Posto isto, iniciemos uma viagem à dimensão paralela de como seria viver em Portugal se não tivessem existido heróis no “25 de Novembro de 1975”.

Em primeiro lugar, garanto-lhe que não teria possibilidade de reclamar dos políticos corruptos que estão na Assembleia da República, no Governo ou nos Municípios e nem sequer teria direito a votar contra eles ou por melhores condições de vida.

Existiria uma ditadura de esquerda-radical e o Governo decidiria o que é que seria melhor para si, controlaria todos os seus movimentos e, em muitas situações, até escolheria com quem poderia confraternizar ou com quem casar.

Teríamos um Sistema Nacional de Saúde para os pobres, mas que o Governo diria que era um dos melhores do mundo, e outro para os “amigos” do Governo, ou seja, o chamado “proletariado rico”.

Estaria vedada a hipótese de você ter uma empresa em seu nome ou sequer pugnar pelo direito a um salário mais elevado do que a média nacional, a título de exemplo, caso fosse médico ou engenheiro teria de auferir um salário muito idêntico ao de um servente da construção civil.

Sem o Governo ter de recorrer ao Estado de Emergência, você seria impedido de circular livremente dentro do próprio país e as viagens para fora de Portugal teriam de ser previamente autorizadas, mas caso tivesse ligações privilegiadas ao executivo teria direito a um salvo-conduto.

A música, a literatura, qualquer coisa que estivesse relacionado com as artes e até a televisão, que não teria publicidade, seria tudo controlado pelo Governo e os gostos pessoais dos cidadãos totalmente condicionados.

Não esquecer que, em nome de uma suposta igualdade, você viveria com cadernetas para controle da ração de cada família, porque a nossa moeda apenas seria aceite em Portugal.

Mas, por outro lado, você teria direito a uma educação escolar exemplar e totalmente gratuita, onde os melhores alunos teriam um acompanhamento de excelência, após terem sido retirados aos pais. Todavia, você apenas iria estudar aquilo que o regime lhe permitisse, para não ter ideias de fugir.

E caso fosse um atleta de qualidade superior, ou um bailarino extraordinário, ou tivesse aptidões para as artes, o Governo cuidaria de si, mas teria de ficar refém do mesmo e da propaganda política que estaria obrigado a fazer até deixar de ser considerado uma pessoa útil.

Uma particularidade do 25 de novembro de 1975 é que também extinguiu a falta de aprumo de muitos dos militares que cumpriram serviço entre o 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975, pelo que, hoje em dia, teríamos um exército sem farda, usar-se-ia barba, cabelos compridos e, caso fosse soldado raso, seria o oficial a ter de responder a si e não o contrário.

Inexplicavelmente, não iriamos conseguir observar mendigos a viver na rua ou pessoas com deficiências, pois estariam todos em sanatórios sem condições.

Existe algo que não consigo transpor para o nosso tempo, que é não saber se todos nós teríamos tido as nossas casas ocupadas pelos apoiantes da ditadura da extrema-esquerda, mas presumo que todas não teriam sido, somente as daqueles que não fossem amigos do Governo.

Nada disto do que relatei é fruto da minha imaginação, é ou foi a realidade dos países que foram dominados pelos congéneres políticos da extrema-esquerda que tentaram fazer o golpe militar no dia 25 de Novembro de 1975.

Sei que os tempos em que vivemos também não são bons, mas pelo menos quem não está satisfeito tem o direito de se manifestar contra o Governo e os seus “boys” ou de lutar por melhores condições de vida.

Por tudo isto, quero deixar aqui a minha sentida homenagem a todos os heróis do 25 de Novembro de 1975, a eles um grande bem-haja por nos terem livrado de uma nova ditadura.


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