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É preciso perceber que importa agir no presente com respeito pelo futuro

Esta semana, um artigo de opinião de André Nunes, líder de bancada eleito pelo PAN Seixal na Assembleia Municipal.

Quando escrevi este texto não tinha ainda ocorrido a greve estudantil mundial, agendada para 15 de Março, em várias cidades do globo. O protesto, que visou exigir compromissos ao poder político e estabelecer uma agenda global contra as alterações climáticas, teve na jovem sueca Greta Thunberg, de 16 anos, a principal mentora.

E como é refrescante e encorajador assistir a este tipo de movimentos! Como é refrescante ver novos rostos, literalmente, marcarem uma posição. Como é fascinante ver jovens a chegarem-se à frente e a fazer o que os mais velhos não foram e não são capazes de fazer: dar um murro na mesa e exigirem resultados concretos em nome futuro de todos nós; em nome e na defesa da nossa casa comum, o planeta Terra. Sem dúvida alguma uma autêntica lição!

Nas semanas que antecederam o evento li, como quase sempre acontece nestas ocasiões, opiniões para todos os gostos.

Pessoas para quem o evento não passa de um pretexto para os grevistas fazerem gazeta, pessoas para quem o evento, ainda que legítimo, não tem o poder de alterar o quer que seja e, felizmente, pessoas para quem esta mobilização é um marco importante de afirmação da ecologia. Não tenhamos dúvidas: precisamos de mais eventos como este e precisamos que estes sejam um sucesso. O seu sucesso é o sucesso de todos e aproveita a todos, pelo que só podemos mesmo esforçar-nos para que vinguem.

Nos últimos meses Portugal tem sido palco de sucessivas greves. Sem desprimor para as demais, esta será/foi, porventura, a greve das greves. De pouco nos serve ter trabalho, ter melhores condições laborais e ver os nossos direitos reconhecidos e respeitados se não tivermos um planeta sadio para gozarmos dessas, legítimas, reivindicações.

E esse é o grande desafio do nosso tempo: reconhecer como prioritário o que até aqui tem sido absolutamente marginal; perceber que importa agir no presente com respeito pelo futuro. O conflito de interesses, esse, é real. Por um lado, a finitude do planeta e dos seus recursos, por outro a perspectiva predatória do crescimento a qualquer custo, a qual nos tem guiado com os prejuízos cada vez mais visíveis. Pessoalmente, não antevejo qualquer hipótese de sucesso nesta estratégia bélica contra o planeta e as demais formas de vida. Como diz e bem o meu companheiro André Silva, “o problema não está em governos mais socialistas ou mais liberais, nem de capitalismo ou liberalismo mais selvagem, mas sim no produtivismo e extrativismo em que este modelo económico e social e as sociedades modernas assentam”.


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