‘É essencial ouvir as vítimas de violência doméstica’
No domingo, a partir das 15h00, tem início a II Marcha Silenciosa pelas Vitimas de Violência Doméstica, que parte do Largo José Afonso, e irá percorrer a Avenida Luísa Tody até à Praça do Bocage.
O Diário do Distrito conversou com Joana Marques, membro do grupo de cidadãos anónimos que estão a organizar esta segunda marcha silenciosa, sendo que a primeira teve lugar em Lisboa, no dia 10 de Fevereiro.
“A primeira marcha foi organizada quando ocorreu o 8.º assassinato de uma mulher em 2019, e reuniu cerca de 500 pessoas, num dia muito chuvoso, entre o Marquês de Pombal e a Assembleia da República. Nesse dia, algo que nos tocou muito, e que não estávamos à espera, foi o facto de que muitas pessoas nos vieram agradecer e abraçar, por termos tomado essa iniciativa.”
Este grupo de cidadãos anónimos, “sem qualquer ligação a partidos políticos, sindicatos ou associações, resolveu que era tempo de sair do sofá e fazer alguma coisa, demonstrando o total apoio às vítimas por parte da sociedade civil” frisa Joana Marques.
O movimento nasceu nas redes sociais “e mobilizou quem acha que é altura de actuarmos”.
Após essa primeira marcha, “fomos mantendo contacto com as ex-vítimas, ou em alguns casos, pessoas que ainda vivem esse pesadelo, e filhos que viveram violência doméstica, e que hoje são adultos. E tivemos muitas pessoas do distrito de Setúbal a solicitar-nos a realização de uma marcha na capital do distrito.”
A marcha irá decorrer no domingo, “e ao contrário da que teve lugar em Lisboa, não será apenas simbólica, porque pretendemos ali, ouvindo as vítimas, elaborar uma petição/carta aberta a ser entregue ao Presidente da República, Primeiro-ministro e ao presidente da Assembleia da República.”
Para Joana Marques “é essencial ouvirmos as vítimas e perceber o que é o seu dia-a-dia e também que entraves encontram quando recorrem à lei e às autoridades, porque estas sentem-se muito desamparadas, mesmo quando recorrem às instituições. E é essa vivência que tem de chegar a quem de direito”.
Sobre o número de participantes, não tem previsão, “mas acho que a sociedade civil está cada vez mais atenta a esta situação. Por outro lado, também as vítimas têm vindo a expor o rosto, e sentem-se mais seguras nas ruas.”
Joana Marques admite que “não sabemos ainda se iremos realizar outras marchas, mas o que é importante é fazer ouvir as vítimas”.
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