Opinião

“Downton Abbey II: Uma Nova Era” provoca o final que a obra merece?

Uma crónica de Vanderlei Tenório

Julian Fellowes há muito se concentra no intrigante mundo da aristocracia para suas suntuosas produções de época. Depois de receber o Óscar de melhor argumento original pelo argumento de “Gosford Park”, o barão inglês seguiu em frente. Ele criou, produziu e argumentou a série de televisão “Downton Abbey”, que se tornou um fenômeno quando estreou na televisão britânica em 2010 – recordo-me que comecei acompanhar a série por influência de minha grande amiga Thainá Cabral.

Durante todo o período de exibição, o fenômeno bretão marcou presença nas grandes premiações. Rapidamente citando, o drama: ganhou três Globos de Ouro (inclusive o de melhor minissérie em sua primeira temporada), 15 Emmys, com estatuetas diversas, que iam da atriz Maggie Smith à maquiagem e cabelo, três prémios BAFTA (e 11 nomeações), entre outros. Fora os inúmeros elogios, o magnum opus de Fellowes foi reconhecido pelo Guinness World Records como a série de língua inglesa mais aclamada pela crítica.

O sucesso foi tão grande que a série virou um longa-metragem em 2019. E, como somos cinéfilos, que tal debatemos um pouco sobre o segundo filme da série “Downton Abbey II: Uma Nova Era”. Nesse sentido, te faço a seguinte pergunta: “Downton Abbey II: Uma Nova Era” provoca o final que a obra merece?

Bom, antes de responder esta questão. Eu gostaria de contextualizar um pouco a série. Bem, para o amigo (a) que está por fora, a série segue as provações e tribulações da família Crawley enquanto eles tentam manter sua propriedade, enfrentar vários dramas dentro da família e coexistir com sua animada e inesquecível equipe de criados (todos os quais têm seus próprios emaranhados dramáticos para lidar).

Ao longo dos anos, os espectadores se apaixonaram pelos Crawleys e seus empregados, observando como cada uma das filhas – Lady Mary (Michelle Dockery), Lady Edith (Laura Carmichael) e Lady Sibyl (Jessica Brown Findlay) cresciam. Havia também a questão desses personagens sobreviverem à Primeira Guerra Mundial, administrar a vasta propriedade e descobrir como abraçar a modernidade do início do século XX. Fora que temas como ascensão social, aristocracia, monarquia, elitismo, socialismo, sindicalismo, papéis sociais, anarquismo, racismo, proletariado, sexismo, antimonarquismo e homossexualismo foram abordados e funcionaram como motor narrativo.

“Downton Abbey” durou seis temporadas substanciais, terminando em 2015, mas como comentei acima, acabou dando lugar a um filme de acompanhamento em 2019, também intitulado “Downton Abbey”. Mas esse não seria o fim dos estimados Crawleys.

Embora a linha do tempo da família esteja bem nos anos 20, a estimada família continua a manter seu status, mesmo quando a vida moderna se aproxima deles. No trailer final de “Downton Abbey: Uma Nova Era”, que chegou três meses após o lançamento do primeiro trailer (de que os fãs não se cansaram, cabe destacar), os espectadores tiveram um vislumbre do que a sequência tinha a propor.

Antes de “Downton Abbey: Uma Nova Era” estrear exclusivamente nos cinemas na sexta-feira, 20 de maio, os fãs deram uma olhada nos Crawleys no trailer final. Lady Violet (Dame Maggie Smith) dá um nó na família quando revela que um velho conhecido lhe legou uma vila no sul da França. Muitos de seus familiares estão chocados com esta notícia, mas como observa a viúva: “Parece que eu recusaria uma vila no sul da França?” (Não, Lady Violet. E ninguém deveria ousar pedir que você faça isso também).

Assim, enquanto alguns dos Crawleys estão fora para visitar suas novas propriedades em um clima mais temperado, outros permanecem em casa enquanto o mundo ao seu redor continua a mudar de forma sísmica.

Isso nos leva ao aspecto mais importante do trailer: o período de tempo. “O mundo moderno chega a Downton”, observa Lady Cora (Elizabeth McGovern). Isso é significativo, especialmente para uma família de tais meios. Títulos arbitrários são cada vez menos importantes e, em vez disso, estão abrindo caminho para uma melhor igualdade de classe.

Isso é destacado quando Downton se torna o anfitrião de um filme, convidando os recém-chegados Dominic West, Hugh Dancy e Laura Haddock para a tela. Há também uma quantidade notável de tempo de tela dado a uma variedade de personagens ponderando sem fôlego finais e começos, o que parece bastante no nariz, dado o título deste longa-metragem.

Enfim, com membros do elenco familiares, bem como novos, certamente há alguma verdade no título “Downton Abbey: Uma Nova Era” nesta aventura. Embora Carson (Jim Carter) possa não gostar, a vida moderna está chegando, e não há como pará-la.

Sim, “Downton Abbey: Uma Nova Era” encerra brilhantemente a obra máxima de Julian Fellowes.


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