Descobertas substâncias químicas potencialmente tóxicas em maquilhagem

Já pensou que pode estar a usar maquilhagem perigosa? Um estudo divulgado na revista científica Environmental Science & Technology Letters revelou que foram descobertas substâncias químicas potencialmente tóxicas em maquilhagem.

Foram analisados 231 produtos comprados nos Estados Unidos e Canadá. Mais de metade (52%) continham PFAS: substâncias químicas potencialmente tóxicas, geralmente encontradas em embalagens de comida e têxteis.

A investigação foi liderada pelo professor de física, química e bioquímica da Universidade de Notre Dame em Indiana (EUA), Graham Peaslee, que detetou altas concentrações de flúor em todos os tipos de cosméticos, como nas máscaras de pestana à prova de água, bases, batons líquidos, e outros produtos.

Alguns destes produtos foram enviados para laboratórios para análise e descobriu-se que continham pelo menos quatro PFAS preocupantes. Graham Peaslee referiu que “28 desses 29 produtos nem sequer divulgavam a existência de PFAS nos seus rótulos. Nalguns deles, pode não ser intencional, pode ser um problema de fabrico, mas existem vários produtos em que os níveis são tão altos que tiveram de ser adicionados intencionalmente para se obter algo como a durabilidade ou a resistência à água, porque é isso que os PFAS fazem muito bem.”

Investigadores norte-americanos consideram que estes resultados são preocupantes. Citada pela Visão, Susana Fonseca, da direção da associação ambientalista Zero, admitiu uma grande possibilidade da presença de PFAS em cosméticos à venda em Portugal.

Contudo, a legislação europeia é muito mais apertada do que nos Estados Unidos. Susana Fonseca recomenda que as pessoas não comprem produtos cosméticos nos Estados Unidos ou online. “Se eles forem vendidos cá, não há problema porque significa que seguem a legislação europeia”.

Outra recomendação é “escolher cosméticos com poucos ingredientes – é como com o pão ou com os têxteis: quanto mais simples, melhor”. Perante isto, existe maior possibilidade de evitar estes PFAS, que devido aos seus diferentes nomes, são mais difíceis de decifrar. Estes PFAS são usados como impermeabilizantes, são barreiras contra a gordura. São desreguladores endócrinos, e neste caso não é a dose que faz o veneno”, disse Susana Fonseca à Visão.

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