ReportagemSeixal

Depósito ilegal de lixo bloqueia acesso a propriedade privada no Seixal

Há certas situações em que apenas vendo é possível acreditar. O depósito ilegal de lixos em estradas ou locais remotos, por vezes mesmo no meio de zonas de floresta, não é novidade em Portugal.

Mas quando a falta de ‘vergonha’ leva a que esses resíduos sejam descarregados em pleno acesso a uma propriedade privada, torna-se motivo para ‘notícia’.

E foi o que aconteceu a Dinis Pinto, um dos proprietários do antigo areeiro no Pinhal Conde da Cunha, que subitamente se viu impedido de aceder com o automóvel à sua propriedade e para o fazer a pé, tem de passar por cima de quilos de lixos, conforme o Diário do Distrito constatou no local.

“Isto é uma situação muito grave, um crime ambiental e um risco porque se trata de papéis, livros e mobílias velhas, basta um fósforo e tudo isto arde, ao pé de um pinhal e da A2.”

Contentor de uma empresa intermunicipal de São Domingos de Rana

Contentores abandonados a céu aberto, este identificado como sendo da CM de Cascais

O local é a estrada de acesso a este areeiro, desactivado desde 2017, e que também dá acesso a uma quinta onde são realizados eventos ligados à animação nocturna, apenas a poucos metros do aterro sanitário do Seixal e da Autoestrada do Sul.

“Quando o areeiro estava a funcionar, passavam por aqui muitos camiões e nos últimos anos era o senhor João Correia, que vinha repor areias, que chamava aqui os funcionários da Câmara Municipal de cada vez que deparava com estas deposições, eles vinham cá com uns camiões e retiravam.

Normalmente eram restos de obras e deixavam-nas nas bermas.”

Entrada da propriedade privada ao alto,fechada com corrente.

Não foi o que aconteceu agora. “Cheguei aqui ontem e deparei-me com este pandemónio, uma autêntica lixeira, com resíduos de obras, mobílias, livros, material de escritório, papéis, até contentores do lixo da Câmara Municipal de Cascais, além de coisas que parecem ter sido retiradas de casas ou de estabelecimentos comerciais, como vários dispensadores de sabão líquido… e hoje até metros de papel de impressora das antigas que não estavam cá ontem… tudo isto material altamente inflamável. Nunca tinha visto nada como isto na minha vida. Basta um fósforo e arde tudo. E como é que entramos dentro da nossa propriedade?”

Revoltado Dinis Pinto tem algumas suspeitas sobre os autores deste atentado ambiental. “Parece-me que são empresas pagas para recolher resíduos e para não pagarem as taxas de entrega no aterro, vêm aqui deitar tudo.

Resíduos de coberturas em fibrocimento.

Gostava que a Câmara Municipal pudesse por câmaras nestes locais, onde já há queixas de deposição ilegal, ou ter algum tipo de vigilância e fiscalização para apanhar quem faz isto.”

A quantidade de lixo é de tal ordem que leva Dinis Pinto a ponderar se “não tivéssemos aqui aquela corrente com cadeado, se calhar iam colocar ainda mais coisas já dentro da propriedade. E vamos ver se não arrebentam com o cadeado, porque de ontem para hoje já cá vieram deixar mais resíduos.”

Dinis Pinto já apresentou queixa às autoridades por crime ambiental, e tenciona também avisar a Câmara Municipal, “mas queria falar primeiro com a comunicação social, porque se calhar se for só falar com os serviços, limpam mas continuam a ignorar este problema e amanhã temos cá mais lixos”.

Além desta enorme deposição de lixo, há ainda ao longo da referida estrada algumas zonas onde também foram depositados resíduos de obras e de verdes, que também pontuam o Pinhal adjacente.

O Diário do Distrito questionou hoje a Câmara Municipal do Seixal sobre que tipo de medidas podem ser tomadas sobre a vigilância neste tipo de situações.

Mais restos de material de construção e de resíduos de ‘verdes’ encontrados ao longo da estrada


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