À Boa MesaReportagem

Das grutas para a mesa – o novo vinho da Casa Ermelinda Freitas

A 80 metros de profundidade, com uma temperatura a rondar os 17 graus e humidade na ordem dos 90%: assim esteve o Vinho das Grutas Reserva, a nova aposta da Casa Ermelinda Freitas que foi agora apresentado oficialmente.

Um projeto que nasceu dum almoço de amigos, em que o Administrador do Complexo Turístico das Grutas de Mira de Aire, Carlos Jorge convidou o jornalista Amílcar Malhó a degustar uma refeição acompanhada dum tinto “Dona Ermelinda”, reserva de 2004, que ali repousava numa garrafeira improvisada. A surpresa que este vinho víria a gerar foi de tal forma positiva, que a história foi retratada a Leonor Freitas e ao enólogo da casa, Jaime Quendera, que quiseram de imediato provar aquele “néctar dos deuses”. O resultado e o interesse foram tão efusivos, que quase que em jeito de brincadeira, decidiram “porque não experimentar e usufruir desta garrafeira em formato gruta, e logicamente de todas as suas características”.

Esteve em estágio por cinco anos nas Grutas de Mira de Aire, onde aliás decorreu a apresentação do produto, e onde os convidados tiveram a possibilidade de experimentar o vinho sem tempo de estágio, com colheita de 2015, e o vinho que “dormitou” (estagiou) até agora nas grutas.

Ao todo são 12 mil garrafas que se encontram nas entranhas da gruta: anteriormente já tinham sido substituídas seis mil unidades, agora foram trocadas outras seis mil, e assim será no futuro para que esta conceituada adega da região de Palmela apresente ao mercado, vinhos com diferentes tempos de estágio.

Para Leonor Freitas, este tornou-se “mais um projeto de concretização de sonhos, e muita ousadia, como aliás tem acontecido, mantendo sempre a tradição, mas inovando”. A Administradora da Casa Ermelinda Freitas, salientou que “poder conciliar a beleza das grutas com um vinho, e gerar toda uma história, é simplesmente um sonho”. Enaltecendo as maravilhas de Portugal, Leonor Freitas considerou que “este projeto vai ser bom para todos, para as grutas, para nós (Adega) e para os territórios”.

Seguindo as pisadas da mãe, e de toda uma história familiar, foi Joana Freitas quem seguiu de perto todo o processo, e organizou a colocação das 12 mil garrafas na gruta. “Um trabalho muito difícil com um elevado esforço físico”, lembrou ao Diário do Distrito, frisando que “este é um projeto muito diferente de tudo o que já foi feito”.

Num misto de emoções, Joana Freitas está agora “expectante pela opinião dos consumidores”, e disse mesmo: “é hoje, agora é a prova”. “Há muito nervosismo, mas é diferente, é um nervosismo bom”, rematou.

Por seu lado, o enólogo da Casa Ermelinda Freitas aponta este vinho como “único”. Jaime Quendera que preparou a colheita de 2015, salientou que “este vinho evoluiu bastante e que por se diferencia”. “Quem bebe, bebe história”, disse, e como características, Jaime Quendera apontou essencialmente os sentidos: “o cheiro e o paladar… é intenso, cheio, maduro, cremoso… características que o tempo de estágio trouxe”.

Vinhos da região de Palmela na linha da frente no setor vinícola

O Vinho das Grutas Reserva da Casa Ermelinda Freitas vem mais uma vez evidenciar Palmela e por conseguinte, a região de Setúbal no setor vinícola.

Uma opinião partilhada pelo representante da Câmara Municipal de Palmela, o vice-presidente Luís Miguel Calha, com quem o DD conversou. Orgulhoso, o autarca de Palmela considerou este um “projeto desafiante e inovador”, e disse não ter dúvidas do quão será importante “o contributo e valorização dos vinhos no concelho e no país, projetando um produto de excelência”.

Ao mote “vinho é cultura”, Luís Miguel Calha também considerou o vinho como sendo “história e identidade, numa Casa de referência que consegue antecipar o futuro, e que nos deixa esperança para os próximos tempos, num setor que é fundamental para a nossa região e para a economia do país”.

O Presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, Henrique Soares salientou o fato “deste vinho primar por ser um projeto com uma dimensão inusitada”, e lembrou que “como sempre a Casa Ermelinda Freitas leva muito a sério estes projetos fora da caixa”. Para além “dos vinhos de Palmela e da Península de Setúbal estarem de novo em destaque”, Henrique Soares sugeriu que “este vinho será não só uma curiosidade, como terá um sentido lúdico, na medida em que será possível provar e perceber as diferenças da qualidade do produto, tendo em conta o estágio dito normal, e o tempo em que esteve na gruta, e o resultado será muito interessante”, disse,

No que toca a partilhas e opiniões, também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou uma mensagem virtual, onde deu os parabéns ao projeto da Casa Ermelinda Freitas, que apontou como “interessante para Portugal”.

Já presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Jorge Vala, deixou o seu agradecimento pela iniciativa e a garantia de que o projecto “será para ter continuidade”.

Congratulado, o Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Rui Martinho, deixou um elogio ao vinho português, e rematou frisando que “num copo de vinho cabe todo o património e cultura de um país”.


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