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Crédito à habitação: DECO avisa que redução de escalão de IRS “pode não ser um benefício”

Alguns dias depois de revelar que o número de famílias sobreendividadas que pedem ajuda aumentou, desde Setembro, não só devido ao aumento do custo de vida, mas também à subida das prestações do crédito à habitação, com as primeiras revisões da taxa Euribor, a DECO vem agora alertar para o facto de a redução de escalão de IRS “poder não ser um benefício” em sede de crédito à habitação.

A defesa do consumidor diz que a medida – redução de escalão de IRS – origina um maior salário líquido ao final do mês, mas vai levar a um menor reembolso do IRS ou a pagamentos em 2024, aconselhando às famílias uma “boa gestão do dinheiro”.

Esta medida tem impacto na vida de 1,4 milhões de agregados familiares, mas fica muito abaixo da subida da Euribor nos últimos meses e deixa de fora quem recebe o salário mínimo (isenta de IRS) e quem tem um rendimento mensal bruto acima dos 2.700 euros.

A coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da DECO, Natália Nunes, explicou, em declarações à Rádio Renascença, que a medida “pode não ser um benefício” e que pode mesmo levar a que uma família “ainda tenha que reembolsar dinheiro” em 2024.

“A preocupação é que este valor de IRS que não é entregue pelas famílias pode não ser um benefício e uma ajuda em concreto que sirva para pagar o aumento da prestação do crédito à habitação e levar a que, no ano seguinte, a família ainda tenha que reembolsar dinheiro ao Estado”, diz.

A jurista da DECO lembra ainda que ao pedirem a redução das retenções de imposto, as famílias têm de ter “um bom controlo sobre a gestão do seu dinheiro”, para que, na altura do acerto anual, não tenham que efectuar pagamentos ou receberão menos do que habitualmente recebem de reembolso.


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