Opinião

Como é que a desinformação afeta as nossas vidas?

Afinal qual o efeito nefasto derivado das “fake news”? Fomenta o medo, a descrença, a dúvida, incita ao ódio e sem informação credível não há democracia. Esta forma de transmitir conhecimentos, explicações é errónea quando o escopo é o de induzir em erro, conferindo-se uma falsa percepção da realidade em concreto.

Pretende-se instalar a incerteza, através da fabricação de informação, em que se misturam no mesmo saco, vídeos manipulados ou descontextualizados, mentiras, por forma a influenciar a opinião pública. Pessoas que se fazem passar por outras para confundir a população, será que por detrás do écran existirá manipulação por alguém com poder e do sistema?

A desinformação coloca em causa, minando a credibilidade das instituições democráticas e nas mídias, deste modo, compromete-se a tomada de decisões informadas dos cidadãos, bem como, prejudica a democracia e todos os processos políticos.

É imprescindível que as redes sociais como a facebook, instagram, twitter, google, sejam as primeiras a selecionar o que é fake News do que é informação legítima, fazendo-o voluntariamente, adotando uma conduta ética, digna dos maiores rios de informação atual.

Podem ainda, ser adotadas condutas vinculativas que os façam reiteradamente sancionar, responsabilizar bloqueando as contas falsas, que incitam a desinformação, isto é que cultivam o mal. Maior controlo e fiscalização na publicação de posts nas redes sociais, devendo existir um barómetro da verdade, que pudesse apurar a autenticidade dos posts partilhados de forma imediata. Garantir uma maior transparência em relação a conteúdos patrocinados, assim como na pulverização de propaganda política.

Fontes de informação credível acrescentam valor a um Estado de Direito, não obstante, as “tools” para denunciar este tipo de conteúdos têm de ser mais amplas e robustas, sendo que deveriam ser concebidas sanções que obrigassem as plataformas digitais a cumprir.

Os grandes causadores de toda esta inundação de mentiras de forma furtiva, acabam por levar para o seu barco muitas pessoas que tropeçam na tentação da possibilidade de ser verdade. Precisamos da existência e utilização de verificação de factos, em que este mecanismo deveria estar ao alcance de qualquer adepto da exatidão.

Muita atenção aos “opinian makers” ou formadores de opinião, visto que eles são dos que, através da internet implantam todo o tipo de histórias para arrecadarem números, visualizações, precisando ainda que a população acredite nas mentiras forjadas para manipularem qualquer target aliciante.

A democracia dia após dia é enfraquecida pela desinformação, pelas notícias falsas, sendo basilar a concepção de regulamentação para garantir a origem das mensagens políticas online, por forma a originarmos um caminho límpido, não corrupto, transparente.

Neste ato normativo potencializado pelos governos, pelo poder executivo, necessitar-se-á igualmente de incluir os patrocínios dos anúncios que nos são bombardeados pela televisão e rádio quotidianamente.

Atualmente, somos obrigados a ler a informação duas, três vezes e ainda assim perguntar em voz alta, será que é verdadeira ou falsa? Após esta questão retórica, carecemos de recolher informação acerca daquela temática em vários sites que são dignos de difusão de informação, nomeadamente os jornais do seu país, canais mais conhecidos, sob pena de sermos alvos de entrarmos numa espiral que nos molda, formata a visão e a perspectiva correta de olhar para os episódios decorrentes da vida social e estatal com discernimento.

A informação nunca nos chegou de forma tão acessível, tão fácil, daí ser crucial realizarmos toda esta triagem supra mencionada, caso contrário poderemos estar mergulhar num abismo irretornável. Todas as News, hodiernamente disseminam-se a uma velocidade luz, ainda para mais quando a dopamina virtual é injetada sucessivamente face à globalização digital.

Esta nova pandemia da covid-19 , trouxe dúvida e incerteza para toda a ciência, estando estes diariamente num processo de aprendizagem e descoberta. Logo, quando reunimos informação sobre este inimigo invisível, convém sempre recolher factos de fontes verificadas, fidedignas e não entrar em sites sem todo esse “shield”da verdade. A precisão no caminho da incerteza não é absoluta, ou seja, hoje o processo é de determinada forma e amanhã pode já não ser dado isso, é imperativo que nos mantenhamos atualizados e “bebamos” informação não do copo mais apetecível, mas daquele que nos irradia autenticidade.

Não podemos reagir impulsivamente, formulando um juízo em milésimos de segundo, pois certamente existe uma enorme probabilidade de tombarmos na rede dos furtadores da verdade.

A “preguiça cognitiva” deriva do facto de o ser humano no seu dia a dia procurar o rápido,  baseado na intuição do sistema neurológico e por vezes criam-se crenças sem se contestar a veracidade da informação. O pensamento tem de ser arquitetado no sentido de não acreditarmos em factos irreais e que se enquadrem que nem uma luva nas nossas crenças pré-existentes, pois é esse tipo de isco utilizado por quem quer influenciar, persuadir e acima de tudo, guiar-nos para um tomada de decisão levada a cabo pela emoção instantânea, pelo atalho mental (heurística da disponibilidade). Faço referência a um ditado popular que corresponde a “uma mentira quando repetida muitas vezes, acaba por ser assumida como uma verdade”.

Foi incumbida a responsabilidade cívica a todos os usuários das redes sociais, pois antes de partilharem uma qualquer informação, “post”, convém verificarem sempre a veracidade, autenticidade da mesma, uma vez que poderão incorrer no erro penoso de propalar conteúdo falso, perpetuando coniventemente ou negligentemente comportamentos negativos que resultem dessa desinformação, podendo colocar terceiros em risco.

 A pandemia das fake News pode ser letal quando usada como revólver na difusão de toxinas que causam dependência a um pensamento, ideologia confeccionada pelos frustrados e rejeitados da sociedade.

 Ao nível comunitário, a comissão europeia tem reunido inúmeros esforços para enfrentar e neutralizar o efeito repulsivo das notícias e informações falsas, através de uma tática desenhada para “combater a desinformação em linha: uma estratégia europeia”.

 Ainda não existe uma vacina capaz de blindar em plenitude todo este flagelo gerado pelas fake News, porém cada um de nós tem um dever capital neste combate. Pequenos gestos primários como pensar antes de agir,  podem dar lugar a uma redução progressiva desta problemática assustadora e facilmente divisível.


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