A 1ª edição do Festival Manouche de Almada traz ritmo ao histórico Cine Incrível, com bandas nacionais e internacionais, um Masterclass de guitarra, projecções de filmes e documentários e, uma aula de Balboa, aberta a todos os que quiserem dar um pezinho de dança nesta celebração a Django.
Dia 27 é o dia internacional do festival. À tarde haverá Masterclass de guitarra Manouche com Romain Vuillemin, à noite actua o galego Ismael Cabaleiro, com um tributo a Stéphane Grappelli, seguido do concerto de Romain Vuillemin Quartet.
Dia 28 é o dia nacional do cartaz. Actuam à noite Les Triplettes de Lisbonne, e depois os almadenses Swing na Guelra. A noite termina com uma vigorosa jam session.
Dia 29 à tarde haverá workshop de dança Balboa, ministrado pela escola Blues & Swing, acompanhado com música ao vivo. Será a primeira vez que a Alma Danada e a Ciné Incrível organizam algo fora de portas, aproveitando a recente zona pedonal da Rua Capitão Leitão. Encerra o festival um concerto Tributo a Django Reinhardt e muita dança.
O Jazz Manouche é uma expressão musical, inspirada no guitarrista cigano de etnia Manouche, Django Reinhardt, do Quintette du Hot Club de France. Esta banda tocava swing com apropriação cigana, sob a influência de Django. A sua formação era particular por ter apenas instrumentos de cordas (três guitarras, violino e contrabaixo) e porque a improvisação de Stéphane Grapelli e Django Reinhardt eram altamente criativas e enérgicas. Com todas estas características faziam concertos únicos.
A organização deste festival é da Alma Danada Associação Criativa, que convidou Gonçalo Mendonça e João Novais, músicos da banda almadense Swing na Guelra, para fazer a programação artística do festival.
Fonte da organização diz-nos que “Este foi um desafio lançado pela União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas. Sem o seu apoio não poderíamos convidar bandas de outros países. Não teríamos verbas para as viagens, alojamentos, alimentação e cachet.” Ao longo do tempo “constatámos que os amantes de Jazz, sobretudo deste género, estavam em crescer, sobretudo durante os 10 anos de quintas-feiras de JAZZ’me que organizámos na Cine Incrível. Pensamos que será enriquecedor a realização de um festival com a especificidade Manouche que permite não só, animar a rua, entretanto tornada pedonal, acrescentando as vertentes da dança balboa, blues e lindy-hop mas também a do cinema/documentário”, remata a equipa da organização.
A Alma Danada – Associação Criativa, tem desde 2011 um papel importante na divulgação cultural do concelho de Almada com programação semanal e ininterrupta de muitos géneros musicais no Cine Incrível e, também foi decisiva na reabilitação da mítica sala Cine Incrível. São tão acarinhados pelos seus frequentadores, que perante as dificuldades monetárias durante a pandemia, estes criaram-lhes um crowdfunding para que não se extinguissem e continuassem a dar-lhes música de todos os géneros.
O colectivo Swing na Guelra é formado por músicos estrangeiros radicados em Lisboa e por músicos naturais de Portugal. Numa troca musical diversificada, tocam canções que evocam a sonoridade tradicional do género musical “Jazz Manouche” e celebram a miscelânea cultural de uma forma acessível e contagiante. João Mendonça é um dos seus guitarristas, professor de música e o principal programador do festival Manouche. Diz-nos como fez as suas escolhas para o cartaz. “Conheci o Romain Vuillemin quando fui a Paris expressamente para ter aulas com ele. É muito talentoso e conhecido na área do jazz Manouche e temos-nos mantido em contacto. O Ismael Cabaleiro conheci nas idas a Compostela e já actuou em Portugal várias vezes. Foram escolhas óbvias para mim. Os Triplettes de Lisbonne lembrei-me logo deles como escolha nacional, e tenho muita pena que os Miss Manouche não tenham conseguido estar presentes devido a incompatibilidade de calendário”. Com este festival o seu objectivo é “atingir o máximo de público possível, e motivar mais gente a tocar jazz Manouche em Portugal. Ainda há poucas bandas de Manouche portuguesas. Nós (Swing na Guelra) actuamos quinzenalmente ora no Má Lingua ora no Camones na Graça, e já criámos um “Manouche corner.” brinca. “A aceitação está a ser boa”, acrescenta. Com este festival “estamos a trabalhar para a música, para que ela cresça.”
O género musical Manouche faz parte de um Jazz muito dançável, daí o convite de Gonçalo a Carla Frade, directora e professora de dança na escola Blues&Swing Lisboa. Esta escola fundada em Abril de 2020 vai animar o último dia do festival com uma aula de Balboa aberta a todos. “Conheço o Gonçalo das festas de Jazz e já foram tocar à Blues&Swing Lisboa para termos música ao vivo nas nossas festas”, diz Carla. “É muito mais agradável dançar com música ao vivo. Actuamos juntos mês sim mês não no Mercado da Ribeira, um mês com Balboa outro com Blues.“. Para Domingo dia 29 lança o repto “Se as pessoas não conhecem este género de música e dança a pares, têm aqui uma excelente oportunidade para o fazer, nesta aula na rua com banda ao vivo e aberta a todos. Diversão e perda de calorias estão garantidas”, diz a rir. “Venham partilhar da alegria da dança Balboa, que com a sua música swingada dos USA se encaixa muito bem no Manouche. Venham assistir a um concerto de uma forma não convencional: a dançar. ”
Programa do Festival Jazz Manouche de Almada
27 de Maio
15h30 às 17h30 – Masterclass Romain Vuillemin
22h00 – Concerto Ismael Cabaleiro – Tributo a Stéphane Grappelli
23h30- Concerto Romain Vuillemin Quartet
28 de Maio
22h00 – Concerto Les Triplettes de Lisbonne
23h30 – Concerto Swing na Guelra
00h15 – Jam session
29 de Maio
16h30 – Workshop de dança Blues&Swing
17h30 – Concerto Tributo a Django Reinhardt + Dança Blues&Swing
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