País

Cervejeiras temem queda com vendas “fortemente penalizadas” pela pandemia

A Sociedade Central de Cervejas (SCC) e a Super Bock Group afirmam que “ainda é cedo” para tirar conclusões sobre ano, num “contexto de grande imprevisibilidade”, depois de em 2020 o consumo ter estado ao nível de 2014/2015.

Questionada sobre quais são as expectativas para este ano, em que mais uma vez os grandes festivais de música foram cancelados devido à pandemia, fonte oficial da SCC, dona da cerveja Sagres, disse à Lusa que “ainda é cedo” para tirar conclusões.

“O verão está a começar e a imprevisibilidade sobre inúmeros fatores é enorme, muito condicionado pelo enquadramento da situação que estamos a viver”, acrescentou.

“A nossa expectativa face à evolução dos programas de vacinação e à entrada em vigor do Certificado Verde Digital é que se verifique uma retoma gradual das atividades económicas e se assista ao regresso do turismo internacional”, afirmou, por sua vez, fonte oficial da Super Bock Group.

“Contudo, o contexto é ainda de grande imprevisibilidade, como podemos assistir pelo desconfinamento do país a vários ritmos e com medidas distintas”, salientou a mesma fonte, apontando que a Super Bock Group, “embora [com] algum otimismo”, está a gerir a operação “com prudência, pois é expectável que o consumo, nomeadamente fora de casa, continue a ser feito em condições muito particulares, o que irá prolongar os efeitos” no setor.

Relativamente ao primeiro semestre, a Super Bock adianta que “o desempenho nas vendas e no consumo de cerveja – assim como de outras categorias de bebidas refrescantes – (…) continuam fortemente penalizados pelas medidas necessárias que têm sido impostas para combater a pandemia”.

Já a SCC refere que “foi necessário rever todo o planeamento de comunicação face à realidade concreta” em que o país se encontra e aos desafios que existem pela frente.

Em 2020, ano que marcou o início da pandemia, a Sociedade Central de Cervejas vendeu no mercado português “cerca de 212 milhões de litros de cerveja”.

Relativamente às exportações, fonte oficial da SCC salientou que no ano passado, tendo em conta a pandemia, assistiu-se a “uma diminuição em cerca de 6%, mantendo-se o rácio de cerca de 5%” do total de negócio.

“Estamos atentos a novas geografias, beneficiando das sinergias da rede de distribuição internacional do grupo Heineken, ao qual pertencemos”, referiu.

“O setor cervejeiro, tal como toda a atividade económica nacional, está a ser fortemente impactado pela pandemia”, salientou, por sua vez, fonte oficial da Super Bock Group, que cita dados da Cervejeiros de Portugal.

Segundo a associação, “as vendas no [canal] HoReCa [Hotéis, Restaurantes e Cafés], que é o canal mais relevante para o consumo de cerveja, caíram cerca de 27% em 2020 e uma vez que este é o nosso principal negócio e que está ancorado a este canal de vendas, o desenvolvimento normal da nossa atividade foi, naturalmente, afetado”, refere a Super Bock.

Já o consumo de vendas no canal alimentar esteve em contraciclo, com um crescimento de 15% que não compensou a queda no canal HoReCa.

“Face a esta realidade, houve uma redução do consumo de cerveja ‘per capita’ de 53 para 46 litros, em 2020, assemelhando-se a dados de 2014/2015”, apontou o grupo Super Bock.

“Em 2000 chegámos a ter um consumo ‘per capita’ de 65 litros”, referiu a SCC.

A Super Bock Group salienta que os dados da Associação de Cervejeiros de Portugal apontam que, na segunda metade de 2020, a reabertura dos mercados possibilitou “ao setor exportar, no ano passado, 194 milhões de litros de cerveja, uma subida de 9% face a 2019”.

O desempenho na Europa foi mais positivo, para onde foram exportados 149 milhões de litros de cerveja, “já que houve uma queda noutros mercados, nomeadamente PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa] e a China”.

Em 2019, Portugal exportou 65 milhões de litros de cerveja para fora da Europa, o que compara com 45 milhões de litros no ano passado.


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