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Cascais regista pluviosidade superior às grandes cheias de 1983

O concelho de Cascais, distrito de Lisboa, registou hoje maior pluviosidade do que nas grandes cheias de 1983, avançou o presidente da Câmara Municipal, Carlos Carreiras, alertando para a situação de maior risco durante esta noite.

“Temos estado acompanhar e, agora, a grande preocupação é no período que vai das 20:00/21:00 até às 23:00, porque há um conjunto de coincidências que podem levar a situações de maior risco”, declarou à Lusa o autarca de Cascais, referindo que está previsto que chova mais e que coincida com a preia-mar.

Além disso, a Ribeira das Vinhas continua com bastante carga e a Barragem do Rio da Mula está a encher e vai ter de fazer descargas que são automáticas, referiu Carlos Carreiras, explicando que “é todo um acumular de água que vai chegar à baixa de Cascais que, por sua vez, é das zonas do país que está considerada de maior risco de cheia”.

“Tivemos hoje um período mais intenso entre as 11:30 e as 13:00 de muita chuva, para se ter uma ideia choveu bastante mais do que tinha chovido nas grandes cheias de Cascais em 1983 e isso provou algumas situações, não da gravidade de 1983, mas ainda assim algumas situações pontuais”, disse o presidente da Câmara, sem dispor do número total de ocorrências registadas devido ao mau tempo.

Entre as principais ocorrências, a inundação de uma casa na freguesia de Carcavelos levou à retirada de cinco pessoas, que precisaram de ser realojadas, tendo o município disponibilizado alojamento, mas não foi necessário porque optaram por ficar em casa de familiares.

“Houve também situações na serra, houve uma árvore que caiu na linha férrea Cascais – Lisboa e depois situações pontuais, mas sem uma preocupação de maior”, indicou o autarca, referindo que algumas casas também tiveram ao nível das caves alguma inundação.

Outra das ocorrências foi também uma inundação no Pavilhão de Alcabideche onde está a decorrer a vacinação contra a covid-19, “nomeadamente a zona mais sensível e mais estratégica que é onde está o frigorifico com as vacinas”, mas a situação ficou prontamente resolvida e “acabou por não criar preocupação de maior”, afirmou Carlos Carreiras.

Neste momento, a situação devido ao mau tempo está controlada, mas a Câmara de Cascais mantém-se a monitorizar o impacto do mau tempo, reforçando que o cenário pode “complicar-se um pouco mais” durante esta noite.

Até às 18:00 de hoje, Portugal contabilizou 616 ocorrências devido ao mau tempo, sendo os distritos de Lisboa (394), Leiria (67) e Setúbal (63) os mais atingidos, disse à Lusa o comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O comandante da ANEPC Pedro Araújo disse haver registo de “321 (ocorrências) associadas a inundações, 111 quedas de estruturas, 124 quedas de árvores e 32 limpezas de via”.

Em termos de infraestruturas atingidas pelo mau tempo, o responsável da ANEPC explicou que a “mais relevante aconteceu na linha ferroviária de Cascais, em São João do Estoril, cortada em ambos os sentidos há cerca de cinco horas e meia” devido à “queda de um cedro”.

A ANEPC alertou hoje para a possibilidade de ocorrência de “cheias-relâmpago” em zonas urbanas, devido à subida do nível dos rios.

O Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) pôs sob aviso laranja 13 dos 18 distritos de Portugal Continental, incluindo toda a costa do país, e, a amarelo, cinco distritos do interior, devido ao mau tempo.

De acordo com o ‘site’ do instituto, os distritos do litoral, incluindo todo o Algarve, estão sob aviso laranja, mas, em declarações à Lusa, fonte do IPMA disse não haver ocorrências significativas até ao momento.

Os avisos laranja devem-se sobretudo à precipitação, embora nos distritos mais a norte, Porto, Braga e Viana do Castelo, se devam também ao vento e à agitação marítima.


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