MontijoReportagem

Carta Desportiva e Sarilhense marcam discussão na reunião camarária no Montijo

Em mais uma reunião camarária pública no Montijo realizada via online, e com a presença de jornalistas, os dois temas que geraram alguma discussão durante a tarde foi um dos assuntos levantados pelo vereador João Afonso (PSD/CDS-PP) e a votação de uma isenção de taxas ao Juventude Futebol Clube Sarilhense.

O presidente Nuno Canta iniciou a reunião com um balanço sobre o processo de vacinação e a informação de que em 14 dias não ocorreram óbitos no concelho, conforme o Diário do Distrito noticiou.

No período Antes da Ordem do Dia, a vereadora Maria Clara Silva (PS) e Ana Baliza (CDU) apresentaram uma saudação ao 1.º de Maio que será assinalado no próximo sábado.

Uma das discussões da tarde iniciou-se quando o vereador João Afonso apontou a falta de actualização da Carta do Associativismo Desportivo “que aparentemente não é mexida há quinze anos, onde ainda aparece a Casa do Benfica na Praceta Egas Moniz e onde existem ainda o Clube Desportivo do Montijo e o Palmeiras, com um contacto telefónico que está afecto agora a uma particular.

O que é que se anda a fazer na Câmara a nível do desporto? Isto revela um total amadorismo e incompetência e pergunto o que os vereadores do PS estão cá a fazer, se só servem para ter como desporto insultar os vereadores da oposição” e questionou ainda se “para além do foguetório dos seus discursos, o senhor presidente está confortável com esta Carta Desportiva, que é ridícula?”.

Em resposta Nuno Canta acusou o vereador de “criar um problema onde ele não existe”, admitindo que “há realmente uma deficiência porque já devia estar corrigido ou então não estar disponível no site da autarquia sem ser actualizada e assumimos essa responsabilidade.

Mas também as novas infraestruturas construídas pela Câmara Municipal não estão nessa carta.”

A vereadora Sara Ferreira (PS) esclareceu depois que “as Cartas são documentos estratégicos que reflectem a estratégia a dez anos ou mais anos, e não pode ser alterado a todo o momento, neste momento estamos a desenvolver um trabalho com o ISCTE para a sua actualização”.

Acerca da intervenção do vereador João Afonso “neste assunto segue a postura que tem tido sempre de chamar incompetência ao trabalho dos vereadores da maioria, levantando estas questões de forma muito ‘pequena’, como se viesse alertar para que os eleitos nunca se tenham preocupado nem saibam do que estão a falar.

Poderia ter colocado a questão de outra forma, e ter com isso ter algum contributo positivo para a discussão, mas essa não é a sua postura. E fico envergonhada ao ouvir as suas declarações, que são o reflexo do amadorismo e da incompetência do senhor enquanto político, nas suas avaliações nesta Câmara.”

Respondendo também às acusações do vereador social-democrata, José Manuel Santos (PS) desafiou “para fazer o mesmo número de horas de trabalho que cada um de nós faz nesta Câmara”.

Similarmente, Maria Clara Silva acusou João Afonso de “difamar e chamar nomes às pessoas usando as redes sociais, algo que não tenho por hábito. Olhe para si e depois fale dos outros. O senhor está sempre a pensar em como não ser sério nas avaliações que faz.”

Sobre as difamações, Nuno Canta lançou ao vereador que “não tenho conhecimento do que diz de mim nas redes sociais, ignoro-o, mas todos os nomes que me chama, devolvo-lhas e aos seus companheiros, porque o faz cobardemente por não ter o presidente à sua frente, e por isso assenta-lhe na cara.”

João Afonso retorquiu que “não chamo nomes, faço críticas políticas e percebo o vosso nervosismo. O presidente tem uma grande capacidade argumentativa e defender o indefensável.”

CDU critica realização de reuniões por via digital

Ana Baliza referiu que “foi com surpresa que recebemos esta convocatória para uma reunião via online, uma vez que entendemos que já existem condições para realizar as reuniões presenciais, até quando já decorreu um concerto com público no Cineteatro.”

Em resposta, Nuno Canta explicou que “aquilo que foi planeado e publicado em edital foi que estas reuniões iriam decorrer neste modelo até ao final de Abril.

Em Maio regressaremos ao Cineteatro para garantir a presença do público, mas a lei permitiria que até 30 de Junho as reuniões se realizassem de forma não presencial, desde que garantindo a sua disponibilização no site da autarquia.

Há muitas Câmaras, até comunistas, que vão continuar a realizar essas reuniões via online com todos os riscos que a senhora vereadora bem conhece.”

Também Carlos Almeida criticou o actual modelo das reuniões, frisando que “o funcionamento destas durante a pandemia esteve definido na lei e consagrava a possibilidade até dia 30 de Junho deste ano as reuniões pudesse ser realizadas por videoconferência ou outros meios. Mas este poder ‘realizar-se’ não é uma obrigação, é apenas uma possibilidade para garantir o funcionamento regular das instituições

Aquilo que a lei determina é que as reuniões públicas têm de ser objecto de gravação e colocação nos sites das autarquias.”

Em resposta, o presidente achou “sem sentido esta posição da CDU, porque sempre fomos dos órgãos que mais reuniu presencialmente durante esta pandemia, quando temos outros municípios vizinhos que há um ano e dois meses têm tido sempre reuniões desmaterializadas”.

Situação da D. Alda e apoios à Juventude Sarilhense

O conjunto das propostas votadas na reunião desta quarta-feira reuniu na sua maioria a unanimidade dos eleitos, excepto a proposta que fixou a isenção de taxas municipais para a construção de balneários no campo do Juventude Sarilhense, que levou a nova discussão entre João Afonso e os eleitos da maioria.

“Atreve-se o presidente a vir a esta reunião aprovar um apoio a um clube que não respeita a situação de uma família, que é pública, e até já teve divulgação nacional através de uma televisão nacional, uma situação que devia envergonhá-lo” frisou João Afonso, que havia levado o caso da D. Alda e da sua família à reunião camarária de 17 de Março.

O presidente retorquiu que “a Câmara Municipal sempre acompanhou essa e outras situações sociais e graves no municipio, e não do ponto de vista populista barato como o senhor o fez, que não devia acontecer num órgão autárquico. E não admito que diga que o presidente é uma pessoa insensível a estes casos, sendo que a falta de vergonha é a sua, pela forma como se aproveita destes casos.”

Nuno Canta reafirmou que “o Clube continua a querer resolver a situação”, ao que João Afonso respondeu apresentando uma foto com a alegada casa proposta, “que é pior que uma pocilga”.

O eleito do PSD/CDS-PP votou contra a proposta, com uma declaração de voto na qual afirmou que «a actual direção do clube não deu mostras de saber respeitar os valores da dignidade da pessoa humana com a situação da família da D Alda», tendo os restantes vereadores votado favoravelmente.

No Período Aberto à População, intervieram dois munícipes, Kevin Soares e Luís Cunha, o primeiro questionando o processo de hasta pública para a exploração do espaço ‘Domus’ no Parque Municipal, sobre o qual ele e o irmão já apresentaram um projecto à autarquia.

Nuno Canta referiu que o projecto de renovação do espaço vai ser incluído no plano de renovação do Parque, e que será efectuado através de hasta pública.

Luís Cunha questionou o executivo sobre a compra por parte da autarquia do Polidesportivo do Centro Social S. Pedro do Afonsoeiro e a possibilidade de um protocolo com a associação que representa, tendo em conta que a direção do Centro Social que gere o equipamento não permite que continuem a utilizar uma parte do espaço.

O presidente explicou que o polidesportivo não foi ainda adquirido “porque foram levantadas algumas dúvidas sobre legalidade da compra e iremos pedir um parecer jurídico para que seja colocado depois ao serviço da população, com parcerias com várias associações e teremos muito gosto em fazê-lo convosco”.


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