AtualidadeDistrito de Setúbal

Câmara de Setúbal exige ao Governo ampliação do Hospital de Setúbal

A reunião pública de ontem foi marcada pelas discussões sobre a empreitada na unidade de saúde, a promessa da construção do hotel em Albarquel que está em tribunal e o protocolo da Cidade do Conhecimento.

O executivo camarário na reunião de ontem discutiu a moção apresentada pela CDU de exigência ao Governo de ampliação do Hospital de São Bernardo e a construção de novos centros de saúde para Azeitão, S. Sebastião e Setúbal.

Na moção apresentada, a maioria comunista “exige aos responsáveis governamentais” o “imediato lançamento” do novo edifício hospitalar, a par da “abertura de linhas de financiamento” para a construção das três unidades de saúde previstas. A CDU afirma no documento da moção que “a verba de 11,1 milhões de euros referida no Relatório do Orçamento não existe”. Reforçando ainda que: “As declarações do deputados do grupo parlamentar do PS eleitos pelo Distrito de Setúbal confirmam que o Governo se encontra a procurar meios financeiros para o projeto que consideram necessário”.



Após a apresentação da moção, os ânimos exaltaram-se e a bancada do PS acusou a CDU de estar a fazer propaganda eleitoral, ao “agarrar uma bandeira que o PS encontrou solução”, atirou o vereador Fernando José. O político propôs ainda que o termo “exigir” fosse substituído por um “pedido de esclarecimentos”, já que “exigir não faz sentido quando os compromissos estão assumidos”, concluiu.

O PSD, representado por Rui Vieira na sua estreia enquanto vereador, mostrou preocupação sobre o estado da saúde em Setúbal, conforme tem sido explanado na comunicação social, como o risco de encerramento do serviço de obstectrícia por falta de médicos. E apelou ao consenso com a alteração do verbo “exige” para mudar a sua intenção de voto a favor da moção. Pediu ainda à inclusão no documento da construção do centro de Saúde de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, já que, como complementou o vereador da CDU, Ricardo Fialho Oliveira, há “2300 utentes sem médico de família” nesta região, um problema que se verifica noutras freguesias também. O texto permaneceu intocável, “já que é tempo de exigir”, reforça o vice presidente de Setúbal, Manuel Pisco Lopes.

Maria das Dores Meira, presidente da Câmara de Setúbal, cessou com a discussão e enalteceu que o trabalho desenvolvido ao longo de doze anos de mandato fala por si e que “o dinheiro [para a empreitada no Hospital de S. Bernardo] não está no Orçamento de Estado. É propaganda. A senhora ministra pode dizer que vai fazer, mas é mentira. Não tem lá dinheiro”, retorquiu de forma assertiva. 

As acusações de propaganda eleitoral acenderam o rastilho para o apontar de dedo do PS à CDU de se publicitar com anúncios de obras que nunca “viram a luz do dia”. O vereador Fernando José acusou o executivo da CDU de fazer propaganda de “hotéis que nunca foram feitos”. Maria das Dores Meira justificou-se que o projeto que previa um hotel em Albarquel, próximo da praia e do forte, não saiu do papel porque está em tribunal.

O promotor adquiriu o terreno ao Estado para a construção de um hotel orçamentado em 2 milhões de euros, espaço esse com a permissão para construção do projeto hoteleiro com 5000 m2, mas o parecer da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo informou no seu parecer que não pode ir além dos 3600 m2.

O grupo Libertas Imobiliário tinha previsto o início da construção para o final de 2017, mas viu-se assim obrigado a seguir com o caso para tribunal como avançou a autarca de Setúbal. Maria das Dores Meira tornou assim pública a situação na reunião de ontem, avançando que “o promotor anda há três anos a pedir ao Estado para construir e aconselhei-os a apresentar queixa”, reforça a autarca.

Outro dos assuntos em destaque na reunião foi votação do protocolo de cooperação do Plano Estratégico da “Cidade do Conhecimento”. O Grupo indiano Sam Pitroda chegou a acordo com o banco Millennium bcp enquanto detentor da maioria da propriedade, bem como da Caixa Geral de Depósitos e pequenos proprietários, para o investimento de 800 milhões no Vale da Rosa numa “Cidade do Conhecimento” de 180 hectares. O estabelecimento deste protocolo foi aprovado com as abstenções do PS.


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