Bombeiros profissionais admitem terminar serviço voluntário nas corporações
Caso a Liga dos Bombeiros Portugueses continue por concluir o acordo coletivo de trabalho, que está em negociação há mais de dez anos, os bombeiros voluntários das associações humanitárias admitem deixar de prestar serviço voluntário nas respectivas corporações.
A Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP/SNBP) adiantam que o protesto foi decidido durante um encontro de bombeiros profissionais das associações humanitárias e das Equipas de Intervenção Permanente (EIP) que decorreu no sábado no Montijo.
Segundo o comunicado conjunto da ANBP/SNBP, este protesto pode causar impacto na prestação de socorro às poluções, uma vez que são cerca de 12.000 os bombeiros profissionais existentes nas associações humanitárias e que também são voluntários.
De acordo com a ANBP/SNBP, na grande parte das associações humanitárias, o trabalho voluntário é assegurado maioritariamente pelos próprios bombeiros profissionais e, também nas EIP, o trabalho efetuado para além do horário legal de trabalho, é efetuado pelos mesmos profissionais em regime de voluntariado.
No comunicado, a ANBP/SNBP defende ainda um estatuto e uma carreira única para os bombeiros profissionais e a regulamentação da carreira para os bombeiros que prestam serviço nas EIP.
O presidente da ANBP, Fernando Curto, disse à agência Lusa que a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), enquanto entidade patronal, tem há dez anos “na gaveta o acordo coletivo de trabalho destinado aos bombeiros profissionais das associações humanitárias”, considerando que esta situação “não é admissível”.
“Há dez anos que esperamos pela conclusão das negociações para a celebração desse acordo. Como tal, estamos disponíveis para repensar a situação do voluntariado se a Liga o não assumir”, sublinhou Fernando Curto.
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