Opinião

Bitcoin, o novo ouro?

Quando ouvimos falar de Cripto-moedas nos meios de comunicação social, o tema vem envolto em negatividade e suspeição. Dizem-nos que é uma porta aberta ao branqueamento de captais, pedofilia, crime organizado, terrorismo e um facilitador de todos os flagelos da humanidade.

Ora, estaria a mentir se dissesse que estas possibilidades não existem, mas é no mínimo anedótico vincular o tema apenas a pontos negativos quando sabemos que as mesmas coisas acontecem em sectores extremamente regulados como é o caso da banca tradicional.

A parte positiva, inovadora e libertadora é muito maior do que pontos negativos que os média tradicionais tentam transmitir com o intuito de formar uma opinião pública no sentido de que aceitemos a regulação dos Governos sobre este tipo de activo.

O que está por trás do Bitcoin é a ideia de DeFi (Finanças Descentralizadas), por outras palavras:

Imagine o leitor num sistema onde ninguém depende da aprovação dos bancos, em que escassez ou liquidez da moeda não depende de um Banco Central, em que as transações são feitas de forma anónima, democrática e totalmente livre. Isto é o Bitcoin.

Ao contrário do que muitos acreditam, o Bitcoin não tem donos, não é uma empresa, não depende de decisões de um CEO ou de uma estrutura burocrática, está completamente descentralizado, livre e é por isso que os Governos têm tanto medo desta ideia. É algo sobre o qual o Estado não pode controlar e ao tentar controlar só demonstram o nível de liberdade que um povo realmente tem.

Até aqui tudo bem, mas qual é a origem desta coisa chamada Bitcoin?

Há evidências de que o Bitcoin foi criado a partir do movimento Cypher Punk, aliás, o próprio White Paper (documento que serve como um guia para explicar um certo conceito ou a solução para um problema específico) do Bitcoin, publicado pelo misterioso Satoshi Nakamoto, vai inteiramente de encontro ao que o movimento Cypher Punk do Vale do Silício propunha: O uso da tecnologia para libertar a humanidade.

Parece uma ideia anarquista, no entanto, quando está em debate atualmente no sistema financeiro tradicional, o fim da moeda em espécime e a introdução das moedas centralizadas estatais digitais, o Bitcoin e a ideia de DeFi parecem ser realmente o último reduto da liberdade do indivíduo, principalmente quando começamos a assistir a aceitação da limitação da liberdade pelo meio digital como os novos passes digitais relacionados a vacina da covid-19 na Europa ou a implementação do sistema de crédito social na China.

Atualmente o mercado de cripto-moedas ultrapassa o valor de 2,5 milhões de biliões de dólares. Investidores institucionais como fundos de pensões, empresas como a Tesla e até países como El Salvador, têm investido em Bitcoin por considerar que é o novo ouro, no sentido em que, enquanto as políticas de quantitative easing e expansão monetária levada a cabo pelos Bancos Centrais têm feito com que o dinheiro estatal perdesse o seu valor durante as décadas, e tendo em conta que para fazer face as medidas de Lockdown foi preciso injectar grandes quantidades de liquidez nos mercados gerando inflação e novos problema macro-económicos, o Bitcoin funcionará como reserva de valor – característica atribuída a ativos como o ouro – e pelo mesmo motivo: O Bitcoin, ao contrário da moeda estatal, é finito.

Hoje em dia qualquer pessoa pode investir em crypto-ativos, com pouco dinheiro, através de exchanges descentralizadas e seguras como a Binance (nova patrocinadora do FC Porto), mas lembre-se de que se trata de um mercado altamente volátil e para que não caia no erro de ficar desiludido é preciso conhecer todos os conceitos que estive a comentar aqui, mas também perceber o que a maioria das pessoas não sabem: O que é o dinheiro.


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