Atualidade

Bastonária da Ordem dos Enfermeiros chocada com agressões nos hospitais exige alteração legislativa

Ana Rita Pedroso Cavaco, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, usou as redes sociais para demonstrar o seu apoio aos enfermeiros agredidos no Hospital de Vila Nova de Famalicão, Braga.

«De manhã cedo vi todas as outras fotos que vocês não têm acesso. Vi um rosto desfigurado, coberto de sangue que podia ser o meu. Chorei de impotência e revolta e acalmei-me o suficiente para poder falar com os dois Enfermeiros brutalmente agredidos às 3.30h da manhã, no SU do Hospital de Famalicão.»

A Bastonária descreve depois o ocorrido: «10 pessoas de etnia cigana invadiram o SU sem nenhuma troca de palavras ou algum mau gesto de quem quer que fosse, ainda que se acontecesse não seria justificação para este ataque brutal, espancaram o segurança.

5 pessoas esbofetearam repetidamente uma Enfermeira de 62 anos. 8 pessoas pontapearam repetidamente o corpo e a cabeça deste Enfermeiro. Ele podia ter morrido.

Os dois já têm idade para dispensa de trabalho nocturno, de acordo com a Lei, mas não se importam de vestir a camisola porque não há Enfermeiros suficientes. Até 2009, nenhum dos dois estaria a trabalhar, a reforma era aos 57 anos de idade, foi-nos tirado.»

Ana Rita Pedroso critica ainda as decisões governamentais que retiraram o estatuto de profissão de risco aos enfermeiros. «Não somos profissão de risco, foi-nos tirado», e ainda a falta de segurança e policiamento «na maioria dos SU do País, foi-nos retirado no governo Sócrates. Os poucos que têm são pagos pelos hospitais, como se o MAI também não tivesse obrigação de nos proteger.»

Para a Bastonária «é urgente que isto seja crime público como a violência doméstica e é urgente a alteração das penas».

Ainda sobre o ocorrido, relembra as palavras que ouviu a uma das vítimas.

«A Enfermeira explicou-me a revolta e a angústia de quem os cuida com tanto respeito e carinho para não serem mais ostracizados ainda e ainda por cima acontece isto. Volto a repetir o que não me sai da cabeça, podia ser eu. Saí tão angustiada de casa que me esqueci de metade das coisas.»

E alerta ainda para outra situação semelhante, desta feita ocorrida no SU do Hospital Amadora Sintra, onde encontrou «o mesmo cenário de manhã com a intervenção do corpo especial da polícia. Mais uma vez, podia ser eu.»


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