PalmelaReportagem

Autarca de Palmela critica ‘aproveitamentos políticos’ nos problemas do concelho

Os problemas causados por uma obra municipal do Aceiro do Anselmo e na Rua dos Ferroviários, em Pinhal Novo, e o saneamento e arruamento no Bairro Sousa Cintra, foram levantados pelo vereador Paulo Ribeiro (PSD/CDS-PP), Paulo Ribeiro, na reunião do executivo de Palmela desta tarde, e levaram a algumas críticas por parte do presidente da Câmara Municipal, Álvaro Amaro.

“São situações a mais para um concelho da dimensão de Palmela” referiu o vereador, relembrando que os moradores do Bairro Sousa Cintra enviaram um abaixo-assinado para a autarquia, e também que “fui convidado para ir à Rua dos Ferroviários e verificar com os moradores a situação que ali decorre, devido às obras que estão a ser feitas, e que não permitem o escoamento das águas pluviais”.

Sobre o assunto, o presidente Álvaro Amaro admitiu que “se trata de uma obra complexa de drenagem”, mas criticou a forma como os protestos dos moradores estão a decorrer. “Não se convoca «assim» os vereadores a irem ao local, mas também nem todas as forças políticas foram convidadas; a CDU não foi convidada para ir ao local nem eu enquanto presidente.

Houve sim insistências para que a Câmara Municipal (eleitos e seus serviços técnicos) procurassem esclarecer uma questão técnica, e foi isso que aconteceu, em que técnicos e o vereador se deslocaram ao local, não para nenhuma reunião para a fotografia, mas falando com um morador que aqui esteve a colocar a questão.”

Álvaro Amaro criticou também “a retórica sobre o assunto” e “as tentativas de aproveitamento político” explicando que “esta é uma obra reivindicada pela população, que está a ser executada com todas as normas técnicas e vai responder a todos os problemas que lá existem”.

O presidente deixou ainda um aviso: “se se aprofundar muito o assunto, ainda terá efeitos colaterais para alguns moradores e proprietários, porque a limpeza das linhas de água tem muito que se lhe diga e alguns moradores não tinham o direito de fazerem certas ligações”.

Para a próxima semana está marcada, por parte do executivo camarário “uma reunião para falarmos com os moradores que quiserem aparecer, e faço questão de estar presente, para esclarecermos o que pretenderem”, referiu Álvaro Amaro.

Relativamente ao Aceiro do Anselmo, o presidente frisou que “não faz parte do programa de mandato”, admitindo que “há muita questão semelhante por resolver no concelho, devido à sua dimensão e histórico de emparcelamento, o que leva a que em 40 anos de mandato, ainda não tenha sido possível o saneamento e o asfaltamento total. E estas questões têm de ser priorizadas, como o caso do Bairro Sousa Cintra.”

O vereador Adilo Costa (CDU), responsável pelo pelouro, esclareceu que “somos sensíveis ao diálogo. Pior seria se depois de se levantar o assunto por escrito e com presença de munícipes na reunião, nada tivesse sido feito. No entanto, as datas que nos propuseram para reunir com a população, coincidem outros compromissos já assumidos.”

Acerca da obra, explicou que “na Rua dos Ferroviários e no cruzamento com o Aceiro do Anselmo, está a decorrer uma intervenção, e perante as questões levantadas pelos moradores, foi feito ao projectista um pedido de reanálise para resolver o problema e temos respostas, conforme foi explicado numa visita ao local, onde falámos com o morador que aqui veio.

Comprovámos que a água pluvial ficava estagnada e isso foi ultrapassado, embora outros problemas ali se levantem, e para a semana iremos ter uma reunião com todos os que puderem estar, para dialogar.

Mas não desconsiderem ou maltratem o trabalho dos técnicos no local. A presença de um técnico no local não pode ser considerada como uma banalidade.”

José Calado (MIM) criticou a postura do presidente “quando afirma que as visitas dos eleitos ao local, a convite dos moradores foram de ‘aproveitamento político para a fotografia’. Fomos lá como qualquer eleito tem o dever e o direito de fazer. Se os munícipes nos convocam, não temos de negar. E não fica correcto da parte do presidente dizer que isso é aproveitamento político.”

Também Paulo Ribeiro censurou os comentários de Álvaro Amaro. “Não fui convidado enquanto força política, mas sim enquanto vereador desta Câmara Municipal. E vi os problemas e o que falta fazer, e tirei muitas fotos e tirarei sempre, e farei o ‘aproveitamento’ que entender. Cada um nas suas funções tem de cumprir aquilo para que foi eleito.

O senhor presidente também tira muitas fotos onde vai, isso também é aproveitamento político?”

Largo do Chafariz com projecto de estacionamento

Álvaro Amaro explicou depois ao executivo que a Câmara Municipal irá avançar com a instrução um processo de utilidade pública para a área do antigo posto de abastecimento na entrada de Palmela.

“Tentámos várias vias, inclusive permutas de terrenos para a reinstalação do posto de combustível, o que tem vindo a ter entraves pela IP, mas não tem sido fácil a negociação com a proprietária do espaço.”

Garantindo que “não estamos zangados com ninguém, e tudo tentámos por uma via de cooperação, mas não havendo desenvolvimentos ou sequer interesse em vender, por um valor de avaliação que não foi contestado, vamos avançar com este processo.

Em causa está a entrada histórica de Palmela, uma zona que queremos reabilitar, à semelhança do que já foi feito com o chafariz.”

Autarquia de Palmela disponível para trabalhar com voluntários de bem-estar animal

Paulo Ribeiro questionou o executivo também sobre uma petição com meio milhar de assinantes com necessidade do CROA ter meios de lançar campanha de esterilização de cães errantes na Quinta da Marquesa, “mas sabemos que os animais abandonados, sobretudo em alturas de crise, aumentam, e as entidades públicas têm de ter uma actuação mais expedita”.

Fernanda Pésinho (Os Verdes) garantiu que “a questão do bem-estar animal para a autarquia de Palmela não é uma moda, assim como as alterações climáticas, mas tornou-se na ‘boca’ de alguns partidos numa moda, e depois há propostas concretas de certos partidos às quais os governantes durante décadas têm feito ‘orelhas moucas’.

Não são as autarquias que abandonam, mas são os particulares, e não está só associado a carências ou épocas de crise.”

A vereadora explicou depois que “está a ser feito um levantamento das matilhas no concelho, e são animais assilvestrados que não é fácil capturar e colocar em Centros de Acolhimento. A solução passa por criar bolsas de terrenos, onde os animais são colocados e se vão habituando a outro tipo de tratamento por quem tem conhecimentos técnicos para alterar o comportamento dos animais.”

Reconhecendo que “a petição existe e eu já despachei a proposta de serviço para o levantamento do território para criar bolsas de terrenos para escolher a que tem as condições mais adequadas para estes casos”.

Fernanda Pésinho relembrou também o “trabalho intenso que é feito entre o CROA e as várias associações de voluntários de bem-estar animal no concelho, através de sinergias que se criam e que mitigam o abandono de animais. E em termos de recolha, vacinação e esterilização, houve um aumento exponencial no concelho.”

A vereadora referiu ainda a proposta da autarquia “com um estudo para a ampliação do CROA, um parque de recreio dentro das instalações municipais para os animais e a criação de um parque canino em 2021, em princípio, na freguesia da Quinta do Anjo”.

Álvaro Amaro reforçou ainda que “a autarquia está disponível para trabalhar com os e as voluntários que intervêm nesta causa do bem-estar animal”.

O presidente terminou a última reunião camarária do ano, sem presença de público para intervir, desejando Boas Festas a todos e que “2021 seja um ano muito melhor que 2020, permitindo que voltemos aos afectos e convívio à vontade e em segurança”.


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