Opinião

AUGI’s do Concelho: “O nosso muro da vergonha”!

Imaginemos nós, que num belo dia de verão, daqueles verdadeiramente soalheiros passeava descontraidamente pela marginal de Sesimbra um turista que nos visitava pela primeira vez. Imaginem agora que de repente, como que por magia, se via teletransportado para um lugar chamado “Casal do Sapo”, ou “Fontainhas” ou mesmo “Courelas da Brava”.

Atordoado o nosso turista quando recuperasse do susto e lhe perguntássemos em que Concelho estava, dificilmente a sua resposta seria Sesimbra.

Esta metáfora, tem apenas por objetivo chamar a atenção, para a triste realidade que se vive nalgumas zonas francamente desprotegidas (atrevo-me a dizer mesmo, abandonadas) do nosso Concelho e porque não dizer também da freguesia da Quinta do Conde a que pertencem. Na análise que faço considero a situação absolutamente inaceitável e a todos nós deve (ou devia) entristecer, uma vez que em pelo final de ano de 2019, à beira de entrar na segunda década do Século XXI continuamos a condenar parte da população do nosso Concelho a viver em condições do Século XIX.

Estamos perante gentes que habitando nalguns casos há mais de 40 anos estas zonas do concelho, ainda vive sem saneamento básico, sem abastecimento de gás, sem comunicações telefónicas fixas, sem estradas, sem passeios, ou qualquer outro tipo de equipamento absolutamente vulgar nos dias de hoje.

As zonas do Concelho de que falo encontram-se integradas em AUGI’s – Áreas Urbanas de Génese Ilegal, envolvidas em complexos e morosos processos de legalização e urbanização com elevadíssimos custos para estes comproprietários, os quais muitas vezes em idade avançada, com pensões de reforma exíguas, e frequentemente sofrendo de graves problemas de saúde, dificilmente conseguem contribuir financeiramente para a resolução deste flagelo. Muitos, infelizmente acabam mesmo por morrer sem ver o problema resolvido.

Por altura da comemoração dos 30 anos da queda do Muro de Berlim também designado na gíria popular como “Muro da Vergonha”, é de facto muito triste que ainda tenhamos em Portugal e em Sesimbra, situações como esta que constituem os nossos verdadeiros “Muros da Vergonha”.

Também aqui em Sesimbra, como à época na ex-RDA onde alguns teimavam em manter um povo privado de liberdade e esperança, continuam a defender os seus “Muros da Vergonha”, adiando a solução de um problema que há muito já deveria estar resolvido.

Por tudo isto, importa que a CM de Sesimbra sai definitivamente da sua redoma ideológica e ponha mãos à obra, substituindo-se aos proprietários que não tenham recursos, bem como ao loteador ilegal (nalgumas AUGI com mais de 30% de propriedade), por forma a erradicar definitivamente este problema do nosso Concelho.

Que cai o Muro!


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