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Associação teme que ‘animais fiquem para trás’ após realojamento do Bairro do 2.º Torrão

A Associação Amigos dos Animais – Costa da Caparica está preocupada com a situação de dezenas de cães e gatos comunitários, após a demolição de cerca de sessenta casas no Bairro do 2.º Torrão, na Trafaria, cujos proprietários estão a ser realojados devido à intervenção da Câmara Municipal de Almada.

Para além das famílias que não conseguem encontrar habitações que permitam animais, sobretudo cães, há ainda o caso de colónias de gatos que eram alimentados por moradores, e também alguns cães comunitários.

Há três anos que a Associação tem vindo a realizar a esterilização e identificação de colónias e de animais errantes, “em conjunto com os moradores e com a Xana, da Fábrica dos Sonhos.

Mas agora ligam-nos pessoas em desespero porque não sabem o que vai acontecer aos seus animais” explica Patrícia Silva ao Diário do Distrito.

“O prazo dado para encontrarem novas casas foi muito pequeno, e as pessoas estão em desespero, não só para terem soluções para si, como também para poderem levar os seus animais.”

Uma das alternativas que a Câmara Municipal de Almada deu aos moradores “foi a entrega provisória, que pode ir até três anos, dos animais no CROAC.
Mas temos um caso de uma rapariga que tem um pittbull, criado com os filhos e que dorme na cama com eles, como é que um animal assim vai sobreviver num canil municipal, sem que ela possa ir vê-lo e dar-lhe o mimo e atenção a que está habituado? Isto porque lhe foi impossível encontrar uma casa que recebesse o animal, que tem tudo em ordem, mas há ainda o estigma de ser um cão de grande porte.”

Para Patrícia Silva “a solução do CROAC devia ser apenas e só para os animais errantes. Se este problema da vala que levou à demolição das casas já estava identificado, porque deram agora tão pouco tempo às famílias? Temos pessoas que vão levar gatos às escondidas, mas que tiveram ninhadas e não os podem levar todos. Vão morrer esses gatinhos? Claro que não, fizemos mais um esforço e tentámos achar famílias de acolhimento temporário, enquanto não encontramos novos tutores.”

Após o início das demolições, Patrícia Silva teve conhecimento de que “houve elementos da Câmara Municipal que foram ao Bairro chipar alguns animais, mas isso não resolve a questão da alimentação e tratamentos como a desparatização”.

Durante os últimos dias, Patrícia Silva tem recolhido vários animais, mas deixa outra crítica: “sei que as associações do concelho e de fora estão completamente lotadas, mas esta é uma situação extrema e podiam tentar ajudar-nos. Estamos sozinhos a tentar resolver tudo isto.”

O Diário do Distrito contactou, no dia 29 de Setembro, o Provedor dos Animais do Município de Almada, através do contacto de email do Serviço Veterinário Municipal (o único disponível), bem como a vereadora Francisca Parreira, responsável pelo pelouro da Proteção Civil e Segurança, e questionou acerca das possíveis soluções para os moradores realojados, o porquê do anúncio da necessidade de realojamento num prazo curto, e que soluções podem implementar para o acompanhamento dos animais comunitários e das colónias de gatos. Até ao momento, não obtivemos respostas.

Na reunião do executivo camarário de Almada, que decorreu esta tarde, a presidente Inês de Medeiros garantiu que a autarquia “estabeleceu todo um mecanismo para garantir a retirada dos animais de companhia”, durante a discussão sobre o realojamento.


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