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Arguidos do ‘Caso Comandos’ escapam à cadeia. Ministério Público e famílias vão recorrer

Foi esta tarde conhecida a sentença dos 19 arguidos envolvidos na morte de dois comandos Dylan da Silva e Hugo Abreu, à data com 20 anos de idade, ocorrida em setembro de 2016 no Campo de Tiro de Alcochete.

O acórdão do julgamento foi proferido esta segunda-feira pelo Tribunal Criminal de Lisboa, depois de ter estado marcada para 6 de setembro de 2021, mas a comunicação pelo coletivo de juízes de alterações aos factos constantes da acusação, incluindo situações relacionadas com a temperatura do ar e com a realização e interrupção da fatídica «prova zero» ditaram o adiamento do veredicto para possibilitar aos intervenientes processuais efetuarem nova produção de prova em julgamento.

Nas alegações finais do julgamento, em maio de 2021, a procuradora Isabel Lima pediu a condenação de cinco dos 19 arguidos a penas de prisão entre dois e dez anos.

No entanto, 16 arguidos foram absolvidos e apenas 3 condenados, entre os quais o instrutor Ricardo Rodrigues.

Oito oficiais, oito sargentos e três praças, todos dos Comandos, a maioria instrutores, foram acusados de abuso de autoridade por ofensa à integridade física. Segundo a acusação, os arguidos atuaram com «manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocaram nos ofendidos».

O Ministério Público anunciou no imediato que vai pedir o recurso das sentenças, e o mesmo já anunciaram os advogados das famílias, que em declarações à comunicação social apontaram várias falhas ao decorrer do processo.

No final da sessão, o pai de Dylan da Silva mostrou-se consternado e revoltado com as sentenças, acusando a Justiça portuguesa de parcialidade.


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