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Apesar da Pandemia, cabeleireiro David Xavier investe em salão de luxo em edifício histórico de Lisboa

“O Atelier Chiado mudou. Mudou de espaço. Mudou de imagem. A partir de dia 7 de maio, o Atelier Chiado volta a abrir portas”. É desta forma que David Xavier anunciou esta sexta-feira, um de maio, a “reabertura” do seu novo espaço em Lisboa.

Na verdade, o Atelier Chiado existe já desde janeiro de 2017, mas agora aumentou o seu espaço e subiu “de nível”, estando agora situado num primeiro andar na Rua do Sacramento, muito perto do anterior salão.

O Diário do Distrito esteve à conversa com o hairstylist natural de Almada e desvenda agora alguns dos segredos deste novo espaço, assim como, os ajustes logísticos e de segurança que o artista teve de tomar face à Pandemia da Covid-19.

 

Em primeiro lugar, como estão as expetativas após investir num dos setores mais afetados pela Pandemia da Covid-19 em pleno surto?

Foi uma decisão difícil. Já estava a planear mudar de espaço, dentro do Chiado, há alguns meses. Tinha dado o ‘ok’ a todas as pessoas envolvidas neste projeto do novo Atelier Chiado dias antes de todo este “pandemónio” ter começado. Decidi continuar. Foi difícil e está a ser difícil, mas nada como continuar a trabalhar no duro. Não tenho medo do trabalho. E quero trabalhar muito nesta nova fase.

 

Está tudo a ser a ser adaptado a esta nova realidade?

Naturalmente. Todos estamos cientes que este vírus não é brincadeira. Não é para brincar mesmo. Por isso, no Atelier Chiado, como no meu outro salão em Almada, o Dx Concept, estamos a tomar novas medidas de segurança e higiene. Por exemplo, reduzimos a capacidade do espaço para mais metade. Se em cada espaço podem estar 30 pessoas em simultâneo, agora só poderão estar no máximo 10, entre clientes e staff. Foram eliminadas, em Almada, cadeiras de trabalho. No Atelier Chiado já estamos a conceber o espaço tendo em conta estas prioridades. Foram eliminados alguns espaços de trabalho, como cadeiras. Estamos a fazer algumas marcas indicativas no chão. As marcações para trabalhos só são feitas pela internet ou pelo telefone. A higienização do espaço e dos instrumentos de trabalho será feita a cada cliente. Não haverá entretenimento sem ser a televisão, as revistas e os tablets estão guardados. Todos os funcionários vão estar a usar viseiras e máscara e sempre que possível luvas, isto porque utilizamos muitos utensílios térmicos que em contacto com a borracha das luvas, pode queimar-nos. Nesses casos, vamos higienizar ainda com mais preceito as mãos. Bem, um sem fim de coisas que não estamos habituados a fazer de forma tão regular, mas que temos que nos habituar. É uma questão de saúde.

 

Está nervoso com este regresso?

Acho que se não estivesse não seria uma pessoa normal. Afinal, em primeiro lugar, estamos a enfrentar uma crise sanitária sem precedentes e, como profissional de cabelos, o distanciamento físico de pelo menos um metro é quase impossível. Estamos a cumprir a normas todas que a Direção Geral de Saúde e a marca com que trabalho, a L’Oréal Professionnel, tem nos ajudado de forma muito ativa na preparação desta nova fase. Além disso, tenho uma equipa muito coesa e que me apoia. Depois tenho excelentes amigos que me estão a apoiar de todas as formas. Com a ajuda de todos, acho que me vou sentir menos nervoso neste regresso.

 

Mas continua a ser uma loucura investir no seu setor, um dos mais prejudicados, nesta pandemia…

É de facto. É uma loucura porque caminhamos agora sem certezas. Não há projeção que seja certa ou que nos dê um mínimo de segurança. Eu vou encarar isto como uma aventura, um desafio, com “coisas” novas todos os dias. Mas eu tinha de continuar – é o que melhor sei fazer e até acho que o faço bem. Não sou de estar parado. Tenho bicho-carpinteiro. Só espero que corra tudo bem, que não haja retrocessos, que não tenhamos que “descer um degrão” como diz o nosso Primeiro-ministro, António Costa.

 

Falemos agora de coisas mais positivas, como vai ser este novo Atelier Chiado?

Em primeiro lugar, vai continuar com a mesma essência do anterior Atelier Chiado, isto é, qualidade e exclusividade em todos os serviços prestados. Contudo, o conceito cresce, tal como o espaço.

Se antigamente o Atelier Chiado estava situado numa antiga taberna do pós Terramoto de 1775, agora, está situado no primeiro andar do Palácio do Sacramento, que data de 1290. O sitio em concreto do Atelier Chiado é o antigo espaço do refeitório e cozinha da primeira casa de estudantes da Universidade de Lisboa.

Este contexto histórico não podia ser ignorado por mim e inclui-o neste novo projeto. Para além disso, o que gosto muito de fazer, para além de estar a trabalhar em produção, é de produções de espetáculos e de moda ou editoriais.

Assim, trouxe estes mundos todos ao novo Atelier Chiado. O passado, o pressente, a cultura, os bastidores, a arte, o conhecimento, a cozinha e o refeitório, tudo isto misturado com o meu mundo, os cabelos.

Vou manter também a parceria com a L’Oréal Professionnel Portugal e com a Kérastase Portugal, são marcas que, em conjunto com o meu trabalho, a minha técnica, garantem aquilo que chamo de qualidade no trabalho de cabeleireiro.

 

Será por tudo isto que é conhecido por ser um dos melhores cabeleireiros de Portugal?

Não sou eu que digo isso de certeza, estão vocês a dizer.

Eu faço todos os dias para ser melhor. Acredito no meu trabalho. Sou apaixonado por ele. Vivo dele desde os meus 15 anos. Tenho agora 34.

Quero continuar a mostrar o meu trabalho, quer seja em salão, em produções, na televisão, nos editoriais. É isso que gosto e sei fazer.

 

David Xavier tem 34 anos e é cabeleireiro desde os 15 anos. Começou a aprender o ofício com a mãe num pequeno salão no Miratejo, Seixal.

Aos 19 anos, já tinha em nome próprio o seu espaço, o Dx Cabeleireiros, no Centro Comercial M. Bica, em Almada.

Aos 23 anos, abriu o Dx Concept no centro de Almada.

Foi diretor artístico da Alfaparf Milano em Portugal e embaixador da Schwarskopf Portugal.

É responsável pelo visual de várias figuras públicas nacionais, entre elas Sofia Ribeiro, Jessica Athayde, Mariana Monteiro, Pedro Fernandes, Rita Ribeiro, Iolanda Laranjeiro, Sandra B e João Mota.

Aos 30 anos abriu o Atelier Chiado, um dos salões de cabeleireiro mais conhecidos da capital portuguesa que agora abre portas num novo espaço, na Rua do Sacramento.


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