Opinião

Apelo ao governo português – Violência: Residência Alternada em contexto de pandemia

Tempo de quarentena. Tempo de proteger-nos uns aos outros. Tempo de olharmos internamente. De co-criarmos paz. E quando até neste tempo, querem roubar-nos a paz? E quando até neste tempo querem continuar a agredir-nos, utilizando as crianças como se de coisas se tratassem ao invés de pessoas?

Embora tenhamos notícias de que a taxa de mortalidade de crianças por coronavírus/COVID-19, seja baixa, o facto é que há relatos de crianças infectadas e internadas em muitos países e há crianças que estão em estado grave.

Maria João Brito, Diretora do Serviço de Infecciologia do Hospital Estefânia em Lisboa, foi esclarecedora no seu depoimento na Revista Sábado (30/3): “Nós pensávamos que esta doença não era grave na criança e que não íamos ter doença grave. E não é isso que está a acontecer.” Entre o dia 09/03 a 30/03, 30 crianças estiveram internadas naquela Unidade por terem sido infectadas pelo novo coronavírus. E 6 crianças ainda se encontravam em estado grave.

A OMS, no passado dia 16/3 tornara público que há registos de mortalidade de crianças pelo novo coronavírus. Maria van Kerkhove, Diretora da área de doenças e zoonoses emergentes da OMS, declarou: “Sabemos que as crianças podem ser infectadas e que elas podem morrer por essa doença. Não podemos dizer universalmente que é uma doença leve em crianças”.

Neste sentido mães e pais (não agressores) que cuidam de salvaguardar a saúde de seus filhos e filhas, têm de ser devidamente protegidos (as)!

Cabe em alguma cabeça sã, que um pai que abandonou o filho há 9 anos consiga um mandato de busca e de condução de um tribunal e permaneça quase 3hs, em frente a uma casa durante a noite, a aterrorizar uma criança e a sua mãe? Uma criança que teve um AVC à nascença e, que a mãe bem cuidou sozinha e que não tem vínculos afetivos com este pai? Como é que isto está a ser possível?

Cabe em alguma cabeça sã, que um pai prefira não salvaguardar a saúde do filho, da mãe do filho, de seus próprios pais e a sua própria saúde, porque está na “lei” que a residência alternada tem que decorrer? Sem ter em consideração os históricos de saúde da criança e da mãe da criança? E o contexto em que estamos a viver, considerando a mãe da criança “alarmista” e a Declaração de Emergência “prematura”?

Cabe em alguma cabeça sã que crianças estejam neste momento confinadas com “bons pais” que violentam as suas mães e que lhes violentam? Deixando as crianças mais vulneráveis ainda?

Não, não cabe. Pois não?

Neste tempo de quarentena, deveríamos observar melhor, refletir melhor. As crianças têm de facto dignidade humana enquanto pessoas em Portugal?

Quando as pessoas se movem através de egos, de conflitos internos e não tem consciência, quanto à salvaguarda da saúde dos seus próprios filhos, num momento atípico como este, cabe às instituições competentes exercer eticamente seus papéis, ou corroborar para que crianças e mulheres (maioritariamente) continuem a ser torturadas? Porque é de tortura que se tratam certas ações.

Pessoas agressoras quando não são  devidamente tratadas no âmbito da saúde mental e/ou no âmbito do tribunal penal, nos momentos certos para o efeito, passam a ser mais cruéis ainda, porque têm enquanto garantia, a cumplicidade de certas instituições.

Em que ficamos então Nós por cá? Pessoas agressoras terão a cumplicidade de certas instituições para que se retirem crianças que estão em paz em quarentena com suas mães e encarregadas de educação, colocando-lhes em riscos de saúde e de vida? Terão a cumplicidade de certas instituições para sabotar os contactos entre mães e filhos? Ou em raríssimos casos, entre pais e filhos?

A residência alternada num país onde o fenómeno da violência doméstica é estrutural, não funciona numa grande maioria de casos onde houve e/ou continua a decorrer violências contra mulheres e/ou contra crianças, onde houve abandonos de filhos!

Crianças não podem ser expostas ao risco de infeção pelo novo coronavírus através de mobilidade entre casas, transportes públicos, contacto com pessoas idosas, com outras pessoas na rua, por causa de pessoas agressoras que utilizam-nas como “coisas” a fim de provocar sofrimento as suas mães ou aos seus pais!

As crianças têm de ser protegidas neste momento ao lado das suas principais referências afetivas. Necessitam de paz. Uma vez que sem paz não há imunidade que resista!


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