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Aos 30 dias de guerra, milhões fazem 90 minutos de oração pela paz

No Santuário de Fátima uniram-se ontem milhares de peregrinos, em volta da Capelinha das Aparições, tal como na Basílica de São Pedro, em Roma, onde estiveram mais de 3.000 fiéis.


As cores da Ucrânia pintavam grande parte do recinto de oração, principalmente com as bandeiras, lenços e faixas de cor azul e amarela.

Ao início da tarde, eram já largas as centenas de peregrinos que chegavam ao Santuário
Diário do Distrito | JAC


Eram 15h50 quando os sinos da Basílica de Fátima e os do Vaticano chamavam os fiéis para a oração. Exatamente à mesma hora que em Lviv, onde está a Imagem Peregrina, as sirenes anunciavam o fim do período crítico para um eventual ataque aéreo iminente.


Às 16h00, a celebração tinha início, com o cântico “A 13 de Maio” entoado por elementos do Coro do Santuário de Fátima, dirigidos pelo Maestro Titular Ricardo Luís Campos.

A esta hora, milhões de católicos no mundo inteiro juntavam-se aos seus bispos para o mesmo gesto: implorar a paz, através da Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria.

Bandeiras da Ucrânia e a emoção de muitos fiéis
Diário do Distrito | JAC


Com os bispos de Portugal, o cardeal D. Konrad Krajewski, enviado pelo Papa Francisco, entrava na Capelinha e saudava Nossa Senhora de Fátima.


Era praticamente palpável o clima de oração em comunhão com o Santo Padre, que no Vaticano, exatamente à mesma hora, consagrava a Rússia, a Ucrânia, a Igreja e a Humanidade ao Imaculado Coração de Maria.


Os peregrinos de Fátima puderam assistir à cerimónia simultânea na Basílica de São Pedro através dos ecrãs que o Santuário tem no recinto de oração.


No Santuário português, pelas 16h15 foi rezada a oração do Terço. Numa das dezenas, ouviram-se cinco Ave-Marias em russo e as outras cinco em russo.

Peregrinos em oração diante de Nossa Senhora de Fátima
Diário do Distrito | JAC


Todos os mistérios do Terço (episódios relacionados com a vida de Cristo e da Virgem Maria) foram terminados por um cântico, cujo refrão, em latim, pedia à “Mãe da Igreja e Rainha do Mundo” a tão desejada paz.


Depois desta oração tão pedida pela Virgem, foi cantada a Ladainha de Nossa Senhora, no fim da qual se ouviram alguns relatos dos textos da Irmã Lúcia que relacionam a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria e a paz no mundo.


Por fim, o tão esperado Ato de consagração. O Papa Francisco, depois de se ter confessado, aproximou-se da Imagem da Virgem de Fátima e começou por assumir as culpas da humanidade:


“Perdemos o caminho da paz. Esquecemos a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais”, rezou o Papa em Roma e, ao mesmo tempo, o seu representante na Cova da Iria.


“Por isso recorremos a Vós, batemos à porta do vosso Coração, nós os vossos queridos filhos que não Vos cansais de visitar em todo o tempo e convidar à conversão. Nesta hora escura, vinde socorrer-nos”, continuava o texto.


“Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Acolhei este nosso ato que realizamos com confiança e amor, fazei que cesse a guerra, providenciai ao mundo a paz”, rezou de modo solene Francisco e, com ele, todos os bispos do mundo e milhões de católicos.

O início da celebração, no exato local onde a Virgem pediu esta Consagração há mais de 100 anos
Diário do Distrito | JAC


No fim da oração, os sinos da torre da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, onde estão sepultados os Pastorinhos, tocaram de forma solene e era visível a emoção nos rostos de muitos peregrinos.


“Foi um gesto muito esperado e importante”, relatava Helena Santos, uma peregrina do concelho de Ourém que se deslocou ao Santuário após o horário de trabalho.


Outro peregrino que veio da zona de Pombal, ao depositar flores na Capelinha, desejava “que isto traga, pelo menos, alguma esperança ao mundo”.


Dois jovens provenientes do Patriarcado de Lisboa relataram ao Diário do Distrito que este “foi provavelmente o acto mais significativo do pontificado do Papa Francisco”, num tempo onde “nada parece ser tido como certo”.

Religiosas Franciscanas da Imaculada em oração
Diário do Distrito | JAC


Vários padres, religiosos e religiosas juntaram-se aos bispos portugueses neste Acto de Consagração na Cova da Iria. “Toda a Igreja elevou ao Céu a mesma súplica. Deus não ficará indiferente a este grito do seu povo”, referiu um sacerdote do Vietname após a cerimónia.


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve também presente na Capelinha das Aparições e, no final da celebração, disse que esta consagração como um “importante apelo à paz”.


“O grande momento emocionante desta consagração foi quando rezaram em ucraniano e russo, o que significa que é possível e deve haver diálogo, no encontro da paz e o Papa tem feito tudo o que é possível para que isso seja uma realidade”, disse o Presidente aos jornalistas presentes na Cova da Iria.


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