ANTEPH acusa INEM de incapacidade de coordenação

A ANTEPH – Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar acusa o Sistema Integrado de Emergência Médica, da responsabilidade do INEM, de incapacidade na coordenação e orientação do doente urgente e emergente «dado que as soluções implementadas não estão a funcionar e muitos portugueses estão a morrer por causa disso».
Num comunicado enviado às redações, a ANTEPH refere que «a ausência de critérios de não transporte, a falta de equipamentos de avaliação de vítimas com transmissão para o CODU, bem como a falta de acompanhamento por parte do INEM e do SNS24 do transporte de doentes não urgentes, urgentes ou emergentes resulta no envio de qualquer situação para os serviços de urgência hospitalar, levando ao seu colapso».
A Associação contabiliza ainda que «quase metade dos utentes são transportados de ambulância, mas destes só 15% apresentam situações que justificam o recurso a uma urgência hospitalar.
Os restantes 85% são triados com prioridade verde ou azul, representando uma sobrecarga evitável, na medida em que o local de atendimento previsto para estas situações são os Centro de Saúde, que dispõem de um atendimento específico para estes doentes» e consideram que «o próprio INEM e o SNS24 em perfeita articulação, deviam encaminhar estes doentes para os Serviços de Urgência Básica e Centros de Saúde».
O comunicado surge numa altura em que há registo de dezenas de ambulâncias em horas de espera junto do Centro Hospitalar Universitário Lisboa – Hospital de Santa Maria, e apresenta uma tomada de posição por parte da Associação.
«A ANTEPH recomenda novamente ao INEM, que promova uma otimização dos recursos existentes, reativando as VMER delegação com TEPH e médico, libertando alguns enfermeiros para reforço hospitalar conforme tem sido amplamente solicitado pelos hospitais, permitindo ainda que as VMER possam acorrer, não só a situações que habitualmente justificariam o seu envio, mas também a outras de menor gravidade como forma de evitar que muitos doentes precisem ser transportados aos hospitais».
Já ao ministério da Saúde recomenda que potencie «os serviços de Urgência Básica e Serviços de Atendimento Permanente para que possam aliviar a carga excessiva de ocorrências que são enviadas desnecessariamente aos Hospitais Distritais e Centrais».
A ANTEPH recomenda ainda à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e às entidades que detêm os postos de emergência médica que assegurem que «as missões são corretamente coordenadas e comandadas e que os operacionais e as vítimas têm todas as condições de dignidade com acesso a comida, água e WC, dadas as longas horas de espera que lamentavelmente se continuam a verificar».
Fica ainda a informação e que a Associação irá «de imediato solicitar audiência junto da tutela e das entidades competentes por forma a contribuir com soluções e promovendo a união de todos os profissionais envolvidos, em alinhamento com as propostas já apresentadas nos últimos anos» e lamenta que «milhares de profissionais não tenham ainda uma profissão regulamentada, bem como continue a haver uma desigualdade na formação dos profissionais».