Atualidade

ANIMAL e PAN exigem explicações das autoridades sobre ‘massacre’ em quinta na Azambuja

O caso está a correr as redes sociais e a causar uma profunda indignação.

Uma associação de caça espanhola que promove acções deste tipo em Portugal e Espanha, Monteros de la Cabra, realizou mais uma montaria, no dia 17 de Dezembro, na Quinta da Torre Bela, Aveiras de Cima, concelho da Azambuja.

A montaria envolveu 16 caçadores e resultou, segundo os próprios participantes, no abate de 540 animais, entre javalis e veados.

Contactados por alguns órgãos de comunicação social, os proprietários da Quinta da Torre Bela alegaram não ter conhecimento da montaria.

A Associação ANIMAL pronunciou-se sobre o assunto que apelida de ‘chacina’: «540 animais (javalis e veados) terão sido mortos por 16 caçadores que, citamos, se gabaram publicamente da seguinte forma: «Conseguimos de novo! 540 animais com 16 caçadores em Portugal, um recorde numa super montaria».

Não. Não se trata de uma tribo num lugar remoto, que caçou um animal para alimentar a sua família. Tampouco se tratou de legítima defesa. Tratou-se apenas de um grupo de mulheres e homens armadas/os que decidiu exercer poder sobre animais que mal algum lhes haviam feito e que apenas se limitam a existir.

A ANIMAL enviou uma comunicação a respeito ao ICNF, Ministério da Agricultura e DGAV.

«Aguardaremos por respostas, que, a terem o teor das que normalmente recebemos, serão mais uma mão cheia de nada. Não nos contentamos com mãos cheias de nada e é por isso que queremos ter condições para fazer um trabalho melhor e mais forte contra estes actos macabros e quem os protege.»

Também o PAN – Pessoas, Animais, Natureza acusa este acto como «matar por regozijo e desporto é desumano» e relembra que tem defendido «uma regulamentação apertada para o sector da caça decorrente dos visíveis impactos negativos para a biodiversidade, proteção e bem-estar animal, mas sistematicamente as nossas propostas têm sido rejeitadas».

O PAN pretende saber o que levou à autorização desta montaria, numa zona de grande sensibilidade ecológica, envolta em polémica, onde inclusivamente está prevista a instalação de uma central fotovoltaica com 775 hectares e cujo Estudo de Impacte Ambiental (EIA) encontra-se em fase de consulta pública até 20 de janeiro de 2021.

Iremos questionar logo pela manhã as entidades competentes, nomeadamente o ICNF e Governo, e exigir responsabilidades.»

O PS da Azambuja também se pronunciou e afirma que teve «do massacre e violento ataque à nossa fauna e natureza», apelidando o caso como um «crime ambiental que aconteceu no nosso concelho, o que nos deixa ainda mais revoltados, e aconteceu na propriedade da Torre Bela, que, ainda que seja uma propriedade privada, tem de haver regras e não pode valer tudo».

Segundo a Concelhia do PS «não foi caçar, foi massacrar aqueles animais que não tinham para onde fugir, pois o abate da floresta tem sido permanente e os animais estavam confinados aos muros da propriedade».

O comunicado, assinado pelo presidente da Concelhio Socialista, Silvino Lúcio, acrescenta que «não somos, em geral nem em particular, contra a realização de montarias, quando realizadas de forma a manter o equilíbrio cinegético, pois o seu descontrolo coloca em causa quer a agricultura quer a segurança rodoviária, o que não foi de todo o caso, uma vez que este animais estavam dentro de uma propriedade murada, não existindo qualquer perigo para a segurança das pessoas».


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2 Comentários

  1. E o que dizer dos milhares de martas que foram dizimadas na Dinamarca? E, segundo percebi, aqueles “agricultores” (agricultores, imagine-se!!!) vão ser indemnizados com dinheiro da UE. E esta, heim? Contribuintes portugueses a financiar aquela “actividade agrícola”. Benditos ingleses que não estão para aturar isto!

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