A Associação Gandaia irá realizar nos próximos dias 2 e 3 de Julho de 2022, a 7ª edição do Festival de Fado Ercília Costa, no Auditório Costa da Caparica.
Esta é uma homenagem à grande fadista da Costa da Caparica, mas também uma celebração da veia fadista da nossa terra, que continua a gerar grandes intérpretes
Um elenco de luxo homenageia a fadista no Auditório Costa da Caparica.
Programa:
Sábado (2 de Julho):
– Esmeralda Amoedo
– Sérgio da Silva
– Miguel Candeias
– Filipa Vieira
– Jonas
Domingo (3 de Julho)
– Maria Amélia Proença
– João Roque
– Luís Capítulo
– Diana VilarinhoI
– Célia Leiria
Guitarra portuguesa : Pedro Amendoeira
Viola de Fado: João Filipe
Apresentação: Henrique Nabais
15€ dois dias | 10€ um dia
Reservas: reservas@gandaia.info | 937446925
O Auditório Costa da Caparica situa-se no 1º andar do Centro Comercial O Pescador, na Praça da Liberdade 17-A, mesmo em frente ao mercado.
Quem foi Ercília Costa?
Fadista e actriz, nasceu a 3 de Agosto de 1902, na Costa da Caparica, e faleceu a 16 de novembro de 1986, em Algés. Foi a primeira grande estrela internacional do fado. Há quem diga que foi ela que lançou a moda de cantar com um xaile negro. Teve os cognomes de A Santa do Fado e Sereia Peregrina do Fado. Foi Ercília Costa quem chamou a atenção para Amália Rodrigues e a indicou para a substituir numa digressão. Filha de pescador cresceu junto ao mar, o que fez com que lhe atribuíssem o nome artístico de “Sereia Peregrina do Fado”.
Trabalhou como costureira, mas desde muito nova começou a dar nas vistas como cantora. Ainda adolescente, estreou-se em público no Retiro Ferro de Engomar, na Caparica. Aos 15 anos foi a Lisboa e cantou no Café Luso. O público ficou deslumbrado. O grande guitarrista Armandinho convidou-a imediatamente para cantar ali. Contudo Ercília Costa recusou, por não ter autorização da mãe. Após pedirem autorização à sua mãe contrataram-na para gravar um disco em Madrid, com a etiqueta da Odeon. Essas gravações, em que é acompanhada por Armandinho, só disponíveis ao público em 1930, foram passadas para CD, pela Tradisom. Já antes, em 1929, saíra um outro disco, pela editora Brunswick.
Em meados dos anos 20, Ercília Costa era já uma cantora conhecida da noite lisboeta, actuando em várias casas de fado. Rapidamente a sua carreira ultrapassou os limites da capital. Em 1931, atuou na Madeira e nos Açores. Em 1936, no Brasil, numa comitiva que incluía Vasco Santana e Mirita Casimiro. Quando regressou do Brasil foi recebida em apoteose, tendo-se realizado noites de homenagem a Ercília Costa. Em 1937, foi a vez de Paris e, dois anos depois, actuou na Feira Mundial de Nova Iorque, a que se sucedeu uma grande digressão por terras americanas, tendo chegado mesmo a conviver com grandes estrelas como Bing Crosby e Carry Grant. Nesse país editou um disco, pela Colúmbia. Também passou pela Alemanha, Reino Unido, Espanha, entre outros países.
Foi a grande estrela portuguesa no estrangeiro antes de Amália. Em 1945, regressou ao Brasil, onde permaneceu durante 15 meses, integrada na Companhia de Olga Garrido. De volta a Portugal, participou no filme Madragoa (1950), de Perdigão Queiroga.
Como era hábito acontecer com as grandes vozes, Ercília Costa também teve uma profícua carreira de actriz no Teatro de Revista. Entre outras, participou nas peças O Canto da Cigarra e Açorda à Alentejana.
Em 1954 retirou-se da vida artística. Contudo, continuou a gravar. O seu último disco, Museu do Fado, com alguns dos maiores êxitos, foi gravado em 1972. Do seu extenso reportório, destacam-se temas como “Fado Lisboa”, “Meu Tormento”, “Saudades que matam”, “Fado Ercília”, “Divina Graça”, “Padre-Nosso Pequenino” ou a desgarrada com António Menano e Joaquim Campos.
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