Opinião

Aleluia, Aleluia!

Uma crónica de Vera Esperança.

Para aqueles que acham que o PAN anda a dormir, tomem lá esta para acordarem: APROVADO O PROJETO LEI QUE PROIBE O TIRO AO POMBO!  Sim, esse mesmo! Está na hora de acabar com mais uma atrocidade.

Já aqui tinha deixado o meu registo sobre esta prática indecente, causadora de grandes náuseas. Aqui fica para relembar aqui.

Foi pois com redobrada alegria que li pela manhã do dia 31 de março a notícia no jornal. Ainda estremunhada e um pouco desgrenhada, saltei da cama com uma felicidade desmesurada. Isto sim, isto é começar bem o dia!

Naturalmente que a aprovação não foi unânime: PSD, CDS, Chega (de asneiras?), PCP e três deputadas do PS votaram contra. Iniciativa liberal absteve-se.

O PAN já tinha apresentado um projeto de lei em 2018, que foi redondamente chumbado, mas desta vez não houve quem o parasse. O tiro ao pombo ou o tiro ao voo, mais não é que uma crueldade sem limites, banida há uma centena de anos pelo país que a criou – Inglaterra. Há cem anos… quantitativamente, é esse o nosso atraso que condenou à morte milhões de aves.

Deixou-me ainda com redobrada felicidade as declarações do presidente da Fencaça, um tal de Jacinto Amaro, que manifestou a vontade de retirar o apoio político dos caçadores ao primeiro-ministro, António Costa. Parece que este senhor está muito triste, conservando porém na sua esperança que esta proibição se cinja aos pombos e não a outras aves ou aos restantes tipos de caça, tal como o próprio apelida os seres vivos que se pretendem abater. Se este senhor se preocupasse verdadeiramente com o país, apostaria no desenvolvimento económico e social das fábricas de pratos, até porque delas vai precisar se quiser continuar a disparar.

Esta prática, que me custa horrores a adjetivar, já há muito deveria estar proibida em respeito pelo artigo 13.º do Tratado de Funcionamento da União Europeia, do artigo 1.º da Lei da Proteção dos Animais e, mais recentemente, pela aprovação do estatuto jurídico dos animais consagrado no código civil.

A estas aves, muitas criadas com o único propósito de serem abatidas a tiro, não são reconhecidas as 5 liberdades, nomeadamente, não são (1) livres de desconforto, (2) livres de dor, lesões e doenças, (3) livres para expressar comportamento normal e (4) livres de medo e stress.

Para além de há muito ter sido excluída dos jogos olímpicos, espera-se que esta iniciativa do PAN ponha agora um fim aos campeonatos locais, nacionais e até mundiais de tiro ao voo.

A proibição de práticas que causam a morte ou ofensas aos animais não é um avanço civilizacional – a civilização já as ultrapassou, os cidadãos não querem sofrimento. São práticas que se mantêm sob a capa de uma tradição, desporto ou cultura inexistentes para salvaguarda do interesse de meia dúzia de poderosos, com ligações políticas, que não representam uma sociedade amistosa e pacifica como a portuguesa.

Voltarei, porque, afinal, “somos todos iguais”. 


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