Opinião

Alcochete: 4 anos perdidos que urge recuperar!

Com os cofres cheios – resultante do equilíbrio financeiro herdado e da dinâmica económica e fiscal consequentes, que potenciaram as receitas (e com a pandemia a congelar despesas) – com muito dinheiro disponível tudo é fácil, até para quem não estava minimamente preparado para as funções autárquicas que assumiu.

Fazer o que os outros pensaram e projetaram, deixaram aprovado e financiado – como a requalificações de escolas, equipamentos, arruamentos e espaços públicos – é fácil.

Fazer o óbvio, o corrente, o que sempre se fez…é muito fácil.

Como fácil é renovar o alcatrão das vias existentes, fazer a manutenção dos edifícios e equipamentos há muito construídos…desmanchar e amputar os jardins erigidos, aterrar fontes e arrancar árvores…contratar fora serviços e mais serviços privados para resolver coisas tão básicas como a limpeza das ruas, vias e bermas, para tratar dos espaços verdes…hipotecar os interesses do Município aos privados e deixar cair projetos e candidaturas, como foi o caso dos parques ribeirinhos do Forno da Cal e do Pinhal das Areias, ou os Centros Escolares da Quebrada e do Samouco…fazer política de cultura, turismo, juventude e desporto com os museus, embarcações, postos de turismo, pavilhões e complexos desportivos e de lazer que os outros construíram…tudo isto caldeado com muitos subsídios para as clientelas e com uma desmesurada propaganda…fazer assim ou fingir que assim se faz é fácil, muito fácil.

Já mais difícil, muito mais difícil…é ter pensamento estratégico e saber-se o que se quer para o presente e para o futuro da nossa terra…não vacilar e ficar em cima do muro sempre que estão em jogo os interesses vitais do território e da nossa população, subjugando os desígnios do concelho aos apetites partidários e económicos…como vem acontecendo no que concerne ao descarregamento das incompetências do governo sobre a Câmara em muitas áreas, sobretudo nos domínios da saúde e educação, que este executivo vem levianamente aceitando sem resolver um único problema estrutural…ou no que respeita à melhor localização do novo aeroporto em que a atual maioria camarária PS/CDS se mantém conivente com a irresponsabilidade e com o crime ambiental, social e económico que querem perpetrar sobre a nossa região, com a construção do apeadeiro aeroportuário que a Vinci/ANA e o governo nos querem impor na BA6.

Muito mais difícil é pensar o presente e projetar o futuro, criar parques industriais, atrair investimento empresarial e fomentar emprego local, estimular construção de habitação a preços controlados e de cariz social, exigir os recursos necessários e fazer alargar os serviços de saúde a todo o território, modernizar e ampliar os edifícios escolares do 2.º/3.º Ciclos e Secundário, adequar e redimensionar as infraestruturas básicas aos novos tempos, nos domínios da captação e redes de distribuição de água potável, redes de esgotos e seu tratamento, recolha e tratamento de resíduos em geral, ao nível da rede viária com ciclovias e passeios pedonais, ao nível da capacidade e ordenamento do estacionamento, da criação de novos espaços verdes e de lazer de fruição pública, ao nível da recuperação do património e de valorização cultural, ambiental, económica, turística e social do nosso território.

Construir um novo Centro Escolar ou um novo Complexo desportivo ou de lazer de raíz, construir novas estradas, arruamentos, espaços verdes, novas e modernas redes de água e de esgotos, novos equipamentos, construir fogos de habitação social…isso é muito mais difícil.

Como exigente é fazê-lo em articulação com os trabalhadores municipais e seus legítimos representantes, respeitando os seus direitos, valorizando e estimulando a sua intervenção.

Este executivo não foi capaz de fazer nada de raiz, nada de estruturalmente relevante…mesmo com “dinheiro a rodos”, nem a manutenção e recuperação de estruturas básicas e essenciais foi capaz de assegurar.

Vejam-se os casos escandalosos e tristemente exemplares da decadência a que deixaram chegar a rede de águas (recorde-se o corte abrupto e prolongado por altura do 25 de Abril de 2020, em plena primeira fase da pandemia), o Complexo Desportivo e Social do Passil, o Centro Estágio/Albergue da Juventude, o edifício do antigo Centro de Saúde na Ciprião de Figueiredo, a Estrada do Vale Figueira…

Nem as suas poucas promessas soube cumprir…pois onde está a tão badalada ciclovia entre Alcochete e S. Francisco ao longo da EN 119?

Em comparação com os anteriores executivos da CDU a prestação da atual maioria PS/CDS consubstancia um autêntico fiasco…mesmo com as diferenças abissais nos planos conjunturais e por conseguinte financeiras, tal como até o vereador Vasco Pinto do CDS não conseguiu deixar de admitir na última reunião de Câmara.

Milhões de euros deitados à rua em 3 anos e meio de estagnação e de faz de conta.

No tempo que falta para o fim do presente mandato já se percebeu que se vai acentuar o despesismo na privatização de serviços, na distribuição de subsídios, na propaganda…vai ser um “fartar vilanagem”.

Também nestes 4 anos de gestão PS, desta feita aliado ao CDS, foi adiado o presente do concelho, tal como aconteceu nas duas últimas 2 vezes, de má memória, em que estiveram à frente do nosso Município.

Tal como aconteceu entre 1976 e 1979 e entre 2001 e 2005, também desta vez o povo saberá corrigir a trajetória e afastá-los de imediato do poder, devolvendo ao concelho uma gestão de provas dadas, de trabalho, honestidade e competência, permitindo a Alcochete regressar rapidamente ao futuro.


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