Opinião

Aceitar ou resistir, eis a questão? 

Uma crónica de Diogo Reis.

O mundo vive uma pandemia há cerca de um ano. Em seu nome as medidas mais arbitrárias e incompreensíveis foram sendo tomas. Tudo em nome da saúde. Da nossa saúde. A verdade é que devíamos estar a perguntar-nos se em nome dessa pandemia tudo pode ou deve ser aceite ou pelo contrário deveríamos elevar a voz à resistência.

O passado devia ter-nos ensinado a não ter medo e a lutar pelos nossos direitos. Mas desta vez a inteligência e as alterações dos interesses económicos perceberam que não é pela força ou pela guerra que as pessoas aceitam tudo. Mas em nome da saúde, tudo se aceita. Quem é que não aceita medidas para viver? 

Em nome desta pandemia e pela sobrevivência humana medidas estão a ser tomadas sem que ninguém, ou muito poucos, as questione. Claro que me refiro a Portugal. Porque se olharmos ao mundo, muitos são os movimentos que começam a elevar a voz à resistência. Olhemos ao caso de um restaurante em Lisboa que no seu direito à resistência optou por abrir e servir refeições à porta fechada a um conjunto de cidadãos. Alguém denunciou e a polícia apareceu. Isto traz-me à memória reminiscências de um passado em que não vivíamos em liberdade. E muitos resistiram. Graças a muitos deles e a custo, a Liberdade chegou. Mas agora, parece que alguém a quer tirar e tudo em nome da pandemia. Mas ninguém questiona o óbvio. Porque houve anos de desinvestimento nos serviços de saúde? Porque é que o foco de investimento não é desde o início a saúde? E porque é que a famosa “bazuca europeia” o investimento não é na ciência e na saúde? Quando todos ouvimos já falar de novas pandemias que a globalização nos vai trazer!

Esta semana soubemos que a União Europeia não olhou com a devida atenção a um pormenor, o prazo de entrega das vacinas assinado com as indústrias. Mas todos acreditamos que uma instituição como é a União Europeia, servida de tecnocratas, de juristas, de elementos com vastos currículos nas mais variadas matérias se esqueceria de olhar que um contrato desta dimensão e com esta importância não tinha um prazo para a entrega? 

Em nome da saúde, destruímos a economia do pequeno e médio empresário. Com a benevolência de uma sociedade pacífica e que vive arredada do mundo. Servida por meios instrumentalizados com mensagens claras e sempre na óptica do que tem que ser imposto. 

Será que estamos a viver uma alteração de modelo de sociedade? Será que vamos assistir no futuro a um novo sistema económico?  

Pelo mundo, figuras com voz levantam-se contra estas imposições. Na Holanda, na França e na Alemanha, movimentos levantam a voz a muitas das medidas impostas. E nós vamos aceitar tudo isto até quando? Calados e serenos, como é característico dos portugueses, acredito que seremos os últimos a levantar a voz. E aí temo que, possa ser tarde.

E dos erros que foram cometidos até agora ninguém fala. E das medidas que deveriam ter sido tomadas desde o início e que não foram também ninguém fala. O que se passa com as vozes críticas? Onde andam os defensores da Liberdade? E os jovens que nasceram em Liberdade que não erguem a voz? É curioso que veja que os que levantam a voz são os da geração anterior à minha entre os 40 e os 50 anos, os que nasceram no período pós 25 de Abril e esses estão a perceber o que aí virá. 

Tenho muito respeito pelas vítimas da Covid-19, mas também tenho pelas vítimas de todas as outras doenças. E a verdade é que muitas das medidas que vão sendo tomadas levam a que muitos outros problemas de saúde se agravem ou vão até criando outros problemas de saúde aos que já existiam, ou poderão ter consequências de futuro. 

Em nome da pandemia estamos a destruir a economia que era já débil de Portugal e são poucas, muito poucas as vozes que vejo unirem-se em nome da luta pelos seus direitos. Pelo contrário o que vejo é uma imensidão de críticos sempre que alguém decide pensar diferente e não aceita viver em manada. Devo confessar que não sendo negacionista e não fazendo parte dos contestatários da pandemia desde o seu início, sou hoje um dos que começo a ter muita dificuldade em entender e aceitar muitas das medidas que nos são impostas. 

Com excepção clara ao convívio social, ao bem-estar e à diversão, podemos sair de casa para tudo o resto. Quase parece que nos querem impor uma forma de viver em que o importante é o trabalho e vivermos dentro de uma bolha que não tenha voz e capacidade de se insurgir. Será assim por quanto tempo mais? 

Se andarmos para trás no tempo, devemos lembrar-nos que a frase mais ouvida desde o início desta pandemia foi “isto veio para ficar, temos que nos adaptar”. O que me leva à interrogação de até quando vamos permitir e aguentar sem resistir. Até quando em nome da pandemia vamos aceitar tudo o que nos é imposto mesmo que isso não tenha uma razão lógica. Por exemplo, alguém consegue perceber a razão porque posso ir a um café e pedir comida, mas não posso pedir bebida? É que até agora ainda não entendi a razão lógica e ou científica, mas também não vejo ninguém ou quase ninguém questionar. Alguém sabe explicar a razão para que as salas culturais espalhadas pelo país depois do grande esforço de adaptação e de todas as medidas que tomaram estejam fechadas? Há evidência científica de que as salas de cultura foram meios transmissíveis do vírus?  

Tudo isto são interrogações e dúvidas de alguém que não sendo negacionista na evidência de que existe um vírus também não pode e não irá aceitar tudo o que é imposto sem interrogar. Acho que vai sendo hora de pensarmos no futuro e o que poderá estar para vir depois desta pandemia e que Portugal teremos depois desta guerra. Uma guerra que não é física, mas sim de saúde. É que a avaliar pelos indicadores económicos o que nos espera não é nada bom e não sei quanto tempo levará à sua recuperação. Por tudo isto questiono se o momento é de aceitar tudo o que nos é imposto ou se vai sendo hora de resistir! 


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