Atualidade

Abusos sexuais na Igreja levam Cardeal-Patriarca de Lisboa a colocar lugar à disposição

O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, colocou o lugar à disposição após a conversa que manteve com o Papa Francisco esta sexta-feira.

Em causa estão os abusos sexuais de menores praticados por membros do clero e que terão sido encobertos por líderes da Igreja portuguesa, incluindo pelo cardeal-patriarca de Lisboa.

Segundo avança este sábado o jornal ‘Nascer do Sol’, citando fontes próximas do cardeal, o cardeal-patriarca disponibilizou-se para abandonar o cargo como resposta às alegações de que terá escondido uma denúncia de abusos sexuais de menores relativa a um sacerdote do Patriarcado, um caso que remonta aos anos 90.

No entanto, o Papa Francisco terá pedido a D. Manuel Clemente que continue à frente do Patriarcado, que lidera desde maio de 2013, até à Jornada Mundial da Juventude, em 2023, se continuar saudável.

Fonte junto de D. Manuel Clemente disse também que o cardeal está «profundamente triste e agastado com o julgamento na praça pública e passar de bestial a besta após 50 anos de missão na Igreja».

Numa carta aberta divulgada na semana passada, o Patriarca de Lisboa defendeu-se das notícias que apontavam para a sua inação e falta de colaboração com as autoridades judiciais e civis, confirmando que se encontrou com a vítima, dizendo não entender o porquê de estar «perante uma renovada denúncia da feita em 1999» e vincou que o caso «e outros do conhecimento público e que foram tratados no passado, não correspondem aos padrões e recomendações que hoje todos querem ver implementados».

Também a Diocese de Setúbal reagiu esta sexta-feira ao «alegado encobrimento» no tratamento de uma denúncia de abuso de menores por parte do bispo emérito de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, através de um comunicado.

Neste a Diocese confirma «que existiu, entre 2008 e 2015, uma investigação canónica a um padre diocesano, motivada por queixas de abuso sexual de menores.

O processo canónico foi organizado pelo Bispo diocesano à data dos acontecimentos, tendo sido ouvidas todas as partes envolvidas, ou seja, o alegado perpetrador e as alegadas vítimas.

Durante o tempo em que decorreu a investigação, o sacerdote em causa foi suspenso das suas funções, mas após a conclusão do processo, o decreto emanado pela Santa Sé ilibou o padre e permitiu que voltasse a exercer o seu ministério, com o ofício de pároco.

A Diocese de Setúbal não se revê nas expressões “ocultação” ou “encobrimento”, dado que o processo de averiguação decorreu no cumprimento das orientações canónicas e civis em vigor à data.»

A Diocese afirma-se ainda «empenhada em, através da sua Comissão de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis, promover um ambiente de segurança, são relacionamento e cuidado dos mais novos e mais frágeis; em prevenir comportamentos atentatórios da dignidade destas pessoas; e em acolher e cuidar daqueles que possam ser vítimas de abuso e comportamentos desviantes».


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