Opinião

Abolição do salário mínimo nacional é igual a escravidão!

Uma crónica de Bruno Fialho.

Muito se tem falado sobre o possível aumento do salário mínimo nacional e de
algumas teorias defendidas pelos liberais mais radicais, que querem a abolição do
salário mínimo nacional.

Acredito que esses liberais só podem ser uns meninos privilegiados, a quem os papás
tudo deram e que não fazem a mínima ideia de quanto custa uma carcaça ou um
pacote de leite, caso contrário não defendiam a redução global dos salários, pois, é o
que iria acontecer se o salário mínimo nacional fosse abolido.

Conseguem imaginar uma sociedade governada por esses liberais radicais que querem
a abolição do salário mínimo, não? Então vou tentar esclarecer o que aconteceria aos
portugueses e ao país se não existisse um salário mínimo nacional.

A título de exemplo, as empresas donas das grandes superfícies comerciais
imediatamente iriam optar por contratar abaixo do salário mínimo nacional, até
porque, hoje em dia, as práticas laborais nessas empresas já roçam a “escravidão”.
Após conseguirem contratar abaixo do salário mínimo, em seguida, iriam despedir os
trabalhadores mais antigos, os que ganham o salário mínimo e que agora têm direito a
reduzidíssimas indeminizações criadas por esses liberais radicais, pelo que, seria
natural que, em pouco tempo, a média salarial nacional também baixasse.

Com o poder de compra ainda mais reduzido, os portugueses não iriam poder adquirir
os bens e serviços a que estavam habituados, o que levaria à falência de muitas
empresas e a um aumento exponencial do desemprego.

Depois, a grande maioria das empresas iria aproveitar para reduzir ainda mais os
salários, os quais, relembro, já estariam abaixo do actual mínimo nacional, pois a
oferta de mão-de-obra seria muito superior à oferta de trabalho, provocando a
“Venezualização” do nosso país.

Na minha opinião, é aqui que podemos constatar que entre o liberalismo radical e o
comunismo não existem muitas diferenças, pois, ambas as ideologias procuram dar o
poder absoluto a um punhado de pessoas, no caso do Comunismo será aos membros
do Comité Central e no caso do Liberalismo radical é aos grandes grupos empresariais.
Por isso, defendo um enorme aumento do salário mínimo nacional, sendo que, para as
empresas que, num primeiro momento, provassem que não iriam conseguir suportar
esse aumento, o Estado deveria apoiá-las.

Todavia, esses apoios às empresas teriam que ser verdadeiramente escrutinados e
caso se visse a constatar que os dados eram falseados e apenas se queriam aproveitar
dos apoios estatais, seriam aplicadas multas gigantescas aos empresários chicos-
espertos, que normalmente são donos de Ferraris enquanto os seus trabalhadores têm
salários em atraso,

Acontece que, com o aumento do salário mínimo para valores realmente aceitáveis, o
salário médio acompanharia essa subida, tendo o Estado apenas de manter os preços
dos bens de primeira necessidade, para que os aumentos fossem reais.

Ao fim de pouco tempo as empresas deixariam de necessitar dos apoios do Estado,
porque a economia teria melhorado substancialmente, o desemprego estaria reduzido
a valores próximo do zero e o poder de compra teria aumentado.
Com maior poder de compra, mais estabilidade económica e com menos impostos, os
portugueses passariam a adquirir mais bens e serviços e passaríamos a viver numa
social-democracia nórdica…

Não é muito difícil governar ou dar estabilidade aos portugueses, o difícil é criar
condições no país para que os membros do Comité Central ou os Grandes grupos
empresariais não fiquem com o poder absoluto e deixarem-nos reféns das suas
imposições ideológicas.

Abolir o salário mínimo é rebentar com a maior defesa que ainda impede os grandes
empresários sem escrúpulos de escravizar (ainda mais) os portugueses.


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