BarreiroDistrito de Setúbal

«A vontade é levantar-me e ir embora»

A primeira reunião camarária presencial no Barreiro decorreu esta semana com transmissão online, e depois de perto de três horas de discussão sobre temas como o covid-19, a introdução de iluminação LED no concelho e as medidas de segurança dos trabalhadores da autarquia e nos Transportes Colectivos do Barreiro, a compra de computadores para alunos e distribuição de máscaras, entre outros, ocorreu um momento de alguma fricção entre os eleitos do PS e da CDU.

O vereador João Lopo (CDU) apresentou uma questão sobre a abertura do mercado municipal no feriado 25 de Abril, “quando o encerramento do espaço havia sido votado em reunião camarária em 2019, e sem que os vereadores fossem informados da decisão de abertura.

O vereador criticou ainda “a forma como as medidas de segurança nos serviços municipais estão a ser implementadas, bem como os horários que não parecem ter coordenação entre as chefias”, acusando ainda que “os trabalhadores não foram incentivados ficarem este tempo de confinamento a realizarem teletrabalho”.

Em resposta o vereador Rui Braga (PS) considerou tratarem-se de “acusações ridículas”, e perante uma demonstração de repúdio por parte do vereador comunista já sem o uso da palavra, o presidente Frederico Rosa (PS) interpelou-o recomendando que “se contenha um pouco. Falou durante 35 minutos e todos o ouvimos em silêncio porque já sei o que vem daí. O vereador Rui Braga ainda não falou dez segundos e o senhor já o está a interromper.”

Quando o vereador no uso da palavra iniciava a sua intervenção, Frederico Rosa acusou Rui Lopo de “acabou de chamar palhaço, o que é inadmissível” e solicitou que “mesmo que não tenha respeito por quem está a falar, finja que o tem”.

Sem terminar a sua intervenção, Rui Braga abandonou o microfone, que foi de imediato ‘tomado’ por Rui Lopo, em protesto e acusando que “percebi logo que a disposição da sala tinha como objectivo uma encenação para que quem nos segue em casa não visse as expressões dos vereadores que não intervêm. Pedi apenas para me inscrever para falar como protesto pelo que o vereador Rui Braga estava a dizer sobre as minhas declarações.

Claro que o presidente depois fez esta cenarização toda de que eu estava a interromper.”

Perante esta intervenção Frederico Rosa desabafou que “a vontade que dá é mesmo terminar e ir embora, porque é demais. Mas há outros valores

E realmente devia haver planos dos vereadores porque devia ter sido registado o que disse daí. Mas as pessoas lá de casa sabem, e a maior parte nem se revê naquilo que disse, e sabem identificar o que quer atingir sobretudo com toda a sua cenarização.”

Ainda durante a intervenção do presidente, Rui Lopo tomou novamente o microfone desta feita em defesa da honra, o que levou o presidente a exclamar se “também não posso falar? Então diga lá quais são as suas regras!”.

De novo no uso da palavra, Rui Lopo considerou isto “um processo difícil, não interrompi nada, pedi a defesa da honra e percebi pela expressão do presidente que me fora dada a palavra.

Mas isto é inaceitável, todas as reuniões públicas ou privadas estamos perante estes juízes de valor e de opinião sobre as pessoas, num quase bullying político e não é possível uma sessão de câmara funcionar bem quando temos esta moderação, em que um vereador intervêm e depois o presidente se permite qualificar as pessoas e a opinião que outros têm sobre estas. Nem consigo entender. A intervenção política obriga a que tenhamos debate de ideias até com palavras duras, mas isto não pode continuar a acontecer. E peço ao presidente que não desqualifique as intervenções que é o que tem feito ao longo destes três anos de mandato.”

Em resposta, Frederico Rosa acusou que “é sempre o mesmo discurso e sempre pelo mesmo vereador, sempre com o mesmo ataque ao presidente” e voltou a repetir que “a vontade era levantar e sair, mas há coisas maiores do que estas questões que aqui são colocadas.

O senhor vereador diz várias vezes que a CDU está cá para ganhar em 2021, ganhará quem o povo quiser. O nosso trabalho aqui é, desde o dia 1 até ao final, fazer obra e aproveitar este mandato para fazer a maior baixa fiscal que o Barreiro já teve, entre tantas outras.

Sobre as compras, o que se passou é algo de que não abriremos mão: é preciso fazer opções com responsabilidade porque não há dinheiro para tudo, e quem pensa o contrário está num caminho populista. É preciso pés no chão e tomar opções e nunca deixarei de ser responsável pelo que estou a dirigir.”


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2 Comentários

  1. Na verdade e com o devido respeito pelos Senhores Palhaços.isto foi mesmo uma Palhaçada.

  2. A usual postura de vítimização do actual executivo PS, que e à vista de todos os barreirenses, nestes últimos 3 anos, apenas defenderam interesses de outros que não os dos barreirenses.
    Apenas o seu egocentrismo prevalece, contra tudo e todos, quando o que se vê e exalam é a mais absoluta incompetência na gestão do município com total delapidação do erário e do património do Barreiro e dos barreirenses.
    Tenham vergonha e parem de insultar um PS nacional que não vos reconhece nem competências nem qualquer capacidade para estarem onde estão e em 2021, deixarão o PS envergonhado com nova derrota por absoluta incompetência.

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