Opinião

A surpresa de uma tragédia anunciada

Por vezes, para compreensão de fenómenos ou matérias complexas, é necessário recorrer a uma sistematização para enquadrar conceitos e observar a big picture. Nesse sentido, propus-me a realizar uma descrição bastante sucinta e concreta de alguns escândalos, uns mais conhecidos que outros, deste Governo Socialista:

  • INCÊNDIOS

No caso dos incêndios há 3 responsabilidades: a de todos nós que, ao longo de décadas, nada fizemos; a dos incendiários intencionais ou não-intencionais cujas ações resultaram, diretamente, nas áreas ardidas; e a política do Dr. António Costa que, em pleno mês de Junho de 2017, já dentro da época de incêndios, decide realizar 17 nomeações políticas para dirigir a cúpula hierárquica da Proteção Civil.

Se o Dr. António Costa se consegue convencer que não há causalidade entre a incompetência demonstrada pela entidade no ano em que nela interveio – e que resultou em mais de 100 mortos – e a introdução de toda uma nova Direção, então não deveria estar na posição em que está.

Se consegue ver essa causalidade, bem… há de ser um fardo na sua consciência.

  • FAMILY GATE

Membros do atual Governo têm mais de 30 relações familiares, diretas e indiretas, que envolvem 40 pessoas. Arriscaria dizer que o principal critério de elegibilidade para o Governo é o apelido, isto dado que 40 dos 61 membros (dois terços!) cumpre esse mesmo critério.

E não se pense que o Family Gate não tem consequências bastante concretas.

Entre alguns exemplos, no meio de muitos outros que provavelmente nunca verão a luz do dia, registe-se o caso da ministra da Cultura, Graça Fonseca, detentora do capital de duas empresas – juntamente com o pai, mãe e irmão – que, inocentemente, fizeram negócios com o Estado no valor de 144.590€.

Mais uma renda socialista.

Mais grave, pois, havendo uma Lei que afirma categoricamente que os governantes cujos familiares fruírem negócios com o Estado perdem o mandato, não há ninguém neste Estado de Direito capaz de fazer a Lei cumprir-se.

  • MENTIRAS NA SAÚDE (RELATADAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS)

Num Relatório do Tribunal de Contas regista-se que o Ministério da Saúde andou a limpar as listas de espera para consultas de primeira especialidade e, administrativamente, eliminou “pedidos com elevada antiguidade, falseando os indicadores de desempenho reportados”.

Este Tribunal pede para que o Ministério da Saúde “não adote procedimentos administrativos que resultem na diminuição artificial das listas e tempos de espera”.

Resumo: a este Governo tem de se pedir, encarecidamente, para não MENTIR aos portugueses. Comunicação social e disseminação nos media… deixemos isso para países desenvolvidos.

  • REGULADORES INDEPENDENTES

Ignorando os ataques ao Conselho de Finanças Públicas, à Unidade Técnica de Apoio Orçamental ou até ao Conselho Superior de Magistratura, foquemo-nos num aspeto concreto de tentativa de subversão explícita dos checks and balances da Democracia portuguesa perpetrado pelo PS.

Houve uma nomeação pelo Governo de um deputado do PS para um órgão regulador. Avença mensal: 10.431,32€. Experiência para o cargo: lealdade partidária. O parecer foi positivo da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP) que não detetou nem um possível conflito de interesses, nem a impreparação para o cargo.

O escrutínio público levou à reversão da nomeação, mas ficam os augúrios para o futuro.

  • AUTÁRQUICAS

Centenas de imigrantes foram filmados no dia anterior às eleições autárquicas a entrarem em autocarros para a sua terra, diretamente do aeroporto. O Presidente da Câmara do PS é filmado a recebê-los com emoção e faz com eles, no lugar da frente de um dos autocarros, a viagem até à sua autarquia.

O PS ganha essa autarquia por uma diferença de 71 votos.

Seguem-se as prestações no Parlamento do Dr. Costa (exº: “deve ter doído muito”), a maior carga fiscal de sempre quando “a página da austeridade foi virada”, Medina e os seus apartamentos em Lisboa, as mentiras ao País do Ronaldo das Finanças no caso CGD, etc, etc, etc…

Surpreendentemente, o tema de debate nesta campanha eleitoral é se o Partido Socialista vai ter maioria absoluta e se as esquerdas unidas, coniventes e cúmplices ativos, deste Governo vão ter os assentos parlamentares necessários para uma revisão constitucional.

Se o despotismo já atingiu estas proporções num Governo minoritário e numa situação constantemente precária, imaginamos o que será quando atingida uma maioria que proporciona umas “costas bem quentinhas”?

Fico surpreendido com a letargia do povo português quando confrontado com a necessidade imperiosa de renovação desta máquina opressora Estatal… mas, lá está, daqui a uns anos, tudo não vai ser mais que uma surpresa de uma tragédia anunciada…


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