Opinião

A Russia pode dominar a Europa

Da crise pandémica à inflação a última coisa que precisamos agora é de um conflito bélico no continente Europeu. A crise entre Rússia e Ucrânia está a tornar-se numa situação delicada e afeta diretamente a todos os cidadãos que fazem parte do bloco europeu.

Greendeal e dependência do Gás Russo

Grande parte da inflação no preço da energia é devida a políticas de transição energética da União Europeia. Com metas extremamente ambiciosas – e diria até irresponsáveis – a União avançou na decisão de reduzir a emissão de CO2 à força. Os Governos Europeus no caminho de cumprir esta meta, começaram a fechar usinas de carvão numa velocidade significativa. No entanto, como o suprimento atual das energias renováveis não chega para abastecer a demanda, a Europa começou a consumir gás natural a níveis nunca antes atingidos.

Isto seria bom se o provedor de gás natural da Europa não fosse precisamente a Rússia.

Com importação massiva de gás Russo, não só houve inflação no preço da energia como o burocrático Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), – que não é nada mais do que um orgão para promover a transformação através de, pasme-se, cobrar um boa massa para licenciar as emissões de CO2, nomeadamente para a produção elétrica a partir de combustíveis fósseis – subiu o valor das licenças.

Com este paradigma que vivemos a União está completamente dependente da Rússia.

As relações da Europa com a Rússia estão perto do seu ponto mais baixo em décadas. O frio nas casas dos Europeus depende apenas da disposição do presidente Vladimir Putin em abrir as torneiras de gás natural da Rússia, e isto num momento de tensões a escalar na Ucrânia torna a situação muito complexa.

A única saída credível da dependência russa será a nuclearização da Europa, mas o leitor já deve calcular como será difícil convencer os mais distraídos disto. A verdade é que o debate é urgente e o problema grave.

Bloco Euro-Asiático, USA, Nato e Brexit

Apesar de assistirmos a palavras duras do presidente Joe Biden, não acredito que as coisas passarão disto. O atual presidente dos USA já demonstrou uma falta de capacidade enorme para lidar com tudo. Em questões geo-políticas tem seguido a agenda de forma, no mínimo, inocente e pouco eficaz.

O caminho a seguir será sanções, eventualmente, porque não há nenhuma vontade de iniciar um confronto bélico envolvendo forças americanas que possam causar uma oportunidade de aproveitamento por outras ameaças do Oriente.

Mais uma vez, as sanções podem ter um efeito perverso, pois os primeiros a sofrer seriamos nós europeus, devido a dependência do gás russo. Estamos na primeira linha de fogo devido o paradigma de dependência energética em que os líderes europeus (e dos nossos países) nos puseram.

Tudo isto somado a saída da Inglaterra da UE torna a tempestade perfeita. Quem não precisa da Inglaterra ao lado quando se fala em defesa?

Líderes fazem a diferença

Parece que no paradigma atual, os astros alinharam-se para a Rússia conseguir uma posição de domínio que seria impensável desde o tempo da guerra fria! Com a enorme erosão na qualidade das personalidades que vamos elegendo com o passar dos anos, não se deslumbra vermos uma Rússia mais cooperativa, quando sequer conseguimos nos entender com a Inglaterra, Polónia, Hungria, por capricho.

Sem bons líderes a Europa caminha com a Greta à frente perdendo fôlego para ocupar o lugar onde devia estar atualmente, o da China, mas a lutar pelo topo mundial demonstrando que a democracia e os valores de liberdade são o presente e futuro de uma comunidade global desejada.


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