Opinião

A Política como missão e não como profissão

“Para qualquer político que encare a política como serviço do seu país, sem melhoria das condições concretas dos portugueses, não há política que valha a pena, não há especulações que justifiquem, não há cenários que motivem ninguém, e um caminho desses seria a ruína da própria liberdade e da própria democracia.” – Francisco Sá Carneiro

“Sempre me preocupei mais com os homens do que com as organizações a que pertencem” – Ramalho Eanes

A política deve existir para servir as pessoas, porém, na minha opinião, em Portugal, a maioria da classe política procura servir os seus próprios interesses e o dos seus partidos.

Qualquer cidadão atento já se apercebeu do efeito porta giratória de nomes e cargos a que alguns partidos já nos habituaram.

Um artigo do Diário de Notícias de 2011, dizia que a melhor profissão em Portugal era ex-ministro, porque após deixarem o cargo político iriam ser principescamente remunerados em empresas que beneficiaram enquanto governantes.

Paralelamente também vemos na Assembleia da República deputados que mentem no currículo dando moradas falsas para receberem subsídio de deslocação superior assim como também receberem subsídios por viagens que nunca fizeram. Isto são apenas alguns exemplos de uma lista, infelizmente, bastante extensa.

Esta semana foi aprovada uma lei que dificulta a candidatura de pessoas e movimentos independentes nas eleições autárquicas. Que benefício traz esta lei ao Português comum, a não ser perpetuar nos cargos quem já lá está, ou seja, o modo de viver de quem efetivamente vive da política e faz da política profissão?

Quantos políticos portugueses, fora das campanhas eleitorais ou em âmbito de auto promoção, se dispõe a andar regularmente de transportes públicos, a calcorrear e acompanhar os trilhos do dia a dia do português comum de modo a melhor entenderem os seus problemas para procurar e apresentar soluções para os resolver?

Alguém que tenha a política como missão, tem apenas e só como único objetivo o de melhorar as condições de vida dos seus concidadãos.

A política deve ser feita de modo a ouvir as pessoas e, mais que ouvir, dar voz às pessoas. Um político deve apenas e só procurar medidas para melhorar a qualidade de vida dos seus concidadãos, colocando os interesses do país e dos portugueses acima de interesses próprios ou partidários. Os políticos não podem ter como objetivo manterem-se ou ao seu partido nos cargos, ganharem eleições ou tomar medidas que beneficiam empresas para as quais irão trabalhar mais tarde. Infelizmente a maioria dos políticos que temos encaixa-se nesta segunda categoria.

Portugal, na minha opinião, precisa de políticos novos.


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