Opinião

A pedofilia está a ganhar a guerra

Uma crónica de Bruno Fialho.

Nas últimas duas décadas temos visto a sociedade a perder valores que colocam em perigo aquilo que considero o nosso maior tesouro, as nossas crianças.

Hoje vou abordar um dos valores que está em perigo de desaparecer, que é a reprovação total de práticas pedófilas.

Começo por esclarecer que no Código Penal Português está previsto que quem praticar sexo com menor de 14 anos é punido com pena de prisão de três a dez anos.

Na minha opinião, esta pena de prisão é muito reduzida, principalmente quanto à pena mínima, não só pelo crime hediondo que é praticado, mas também porque as crianças ficam traumatizadas para todo o sempre.

Agora, observem a comparação entre alguém que comete um “crime de pedofilia” e outra pessoa que, mesmo tendo cometido um crime altamente reprovável, na minha opinião, não se encontra na categoria de hediondo.

No nosso código penal está previsto que, quem provocar incêndio em terreno agrícola que é proprietário, sem que haja vítimas mortais ou sequer feridos, com a intenção de obter benefício económico, é punido com uma pena de prisão de três a doze anos.

Ou seja, um pedófilo pode ficar menos tempo na prisão do que alguém que provocou um incêndio, sem que tenha havido vítimas mortais ou sequer feridos, num terreno que até era sua propriedade, para tentar obter um benefício económico qualquer.

Mas posso dar-lhe outros exemplos de crimes que, sempre sem vítimas mortais ou feridos, têm uma moldura penal maior do que os crimes sexuais praticados em menores, nomeadamente quem desviar uma aeronave em voo, ou navio em curso de navegação, nos quais se encontrem pessoas, é punido com pena de prisão de 5 a 15 anos.

Mas, a cereja no topo, em termos de desproporcionalidade de penas de prisão, é estar previsto no código penal que, se alguém atentar contra a integridade física do Presidente da República, por exemplo, desferindo-lhe um empurrão no peito, desequilibrando-o, ainda que não lhe cause qualquer lesão, será punido com pena de prisão de 5 a 15 anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.

Considero insano que a integridade sexual de uma criança seja menos relevante do que a integridade física de um Presidente da República.

Evidentemente que muito tem de ser feito para protegermos as crianças dos abusos daqueles que deviam passar décadas fechados numa prisão, em vez de terem penas suspensas ou aplicadas pelo mínimo previsto.

Mas é complicado conseguirmos proteger as nossas crianças dos perigos da sociedade, principalmente dos pedófilos, porque actualmente os pais passam o dia a trabalhar e os avós também, muitas vezes sem conseguirem ter tempo de qualidade com os filhos e netos, para falarem e abordarem determinados assuntos.

É por isso que um dos problemas que aponto existir nas nossas escolas, principalmente nas públicas, com ampla defesa do Partido Socialista e dos partidos da esquerda radical, é que os defensores de certas ideologias estão a tomar conta da educação das nossas crianças, principalmente a sexual, incentivando-as a mudar de sexo ou a experimentarem práticas libidinosas com alguém do mesmo sexo em idades que elas deviam estar a aprender a brincar, muitas vezes contra aquilo que os pais querem.

Tudo isto cria, pouco a pouco, consciente ou inconscientemente, um sentimento de “normalidade” perante actos sexuais com ou entre crianças.

Veja-se, por exemplo, o caso do filme brasileiro “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”, lançado em 2017, que passou despercebido à maioria das pessoas e até a mim, que só o fui ver esta semana para poder escrever este artigo.

Este filme, mesmo tendo uma cena de incentivo à pedofilia, só agora é que está a criar grande polémica.

Nessa cena de incentivo à pedofilia, enquanto dois alunos discutem, o adulto diz: “Vocês são amigos, amigos não brigam. Vamos esquecer isso tudo? Deixar isso de lado? A gente esquece o que aconteceu e, em troca, vocês batem uma punheta pro tio”.

A situação é ainda mais dantesca quando, perante a repulsa das crianças em fazer aquela prática sexual, vemos o adulto a defender o seguinte: “gente, é super normal. Vocês têm de abrir a cabeça de vocês.” ou, “Hum, uma juventude retrógrada?”

E são coisas destas que, muitas vezes vão sendo introduzidas na cabeça das nossas crianças nas escolas, nas televisões e no nosso dia-a-dia, na tentativa de se normalizar o que jamais pode ser considerado aceitável.

O caso deste filme prova isso mesmo, foi lançado há 5 anos e, provavelmente, foi visto por milhares de crianças, sem que alguém tivesse a coragem de gritar bem alto contra a cena de incentivo à pedofilia, porque hoje em dia a “cultura do cancelamento” só serve para afastar quem é contra o que uma certa minoria determina.

Por vezes temos de dar um passo atrás para poder dar dois em frente e acredito que é urgente e imperativo fazer regressar um certo conservadorismo educacional e sexual às nossas escolas.

Se nada fizermos, daqui por uns anos, vamos ver grupos de activistas a defender a legalização da pedofilia, tal como hoje em dia já se vê em determinados círculos políticos.

Para ganharmos esta guerra proponho o seguinte: pena de prisão para quem defender a normalização da pedofilia, a sua legalização ou sequer quem acredita que esta deve deixar de ser tratada como crime e passe unicamente a ser tratada como doença.

Se não matarmos o mal pela raiz, ele irá vencer esta guerra e arrasar as nossas crianças.


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