A luta está ganha, festas da Moita com o Arraial Tradicional
Depois de várias tentativas a população saiu vencedora desta luta que dura há meses
Os preparativos para as Festas da Moita em Honra da Nossa Senhora da Boa Viagem 2022, estão envoltos em muita polémica desde cedo, contudo ao que parece a luta está ganha pela população.
A polémica ficou instalada no seguimento das últimas mudanças políticas e consequentes alterações na estrutura que organiza uma das maiores festas a sul de Portugal, tendo o descontentamento, sido manifestado um pouco por toda a parte.
As reivindicações dos munícipes da Moita, prendem-se á escolha do arraial, iluminação escolhida para a festa que se vai realizar no próximo mês de setembro.
A revolta que se assistiu nos últimos tempos e com grande incidência nas redes sociais, surgiu no seguimento de uma reunião em que foi anunciado que o arraial das festas 2022 seria composto por ferro e luzes led mais modernas.
Na altura, foi criado um inquérito online á população e visitantes, para que pudessem tentar reverter até setembro esta situação.
Os apelos multiplicaram-se em várias plataformas, na esperança de que as festas regressassem com a montagem do típico arraial minhoto.
Os revoltosos não estão contra o avanço da tecnologia nem com a modernização noutros setores da festa. A questão em que se focavam era relativamente ao facto das festas poderem perder a sua identidade, uma vez que é tradição o famoso “arraial minhoto” que costuma decorar as ruas da vila nos dias de festa e que é possível observar de noite e de dia quando as luzes estão ainda desligadas.
Com as novas e modernas iluminações, de dia a festa perderia o encanto, pois só são visíveis cabos de luzes led e ferros, ao contrário das tradicionais.
As pessoas que protestaram contra esta novidade, afirmavam que quem escolheu devia de ponderar, uma vez que poderiam acabar com uma tradição.
Um dos grupos de Facebook apoiantes dos festejos, pronunciaram-se assim que começaram a montagem das luzes da edição de 2022.
“Ficamos agradecidos pelo reconhecimento dos mandantes atuais pela alteração verificada. Demonstra humildade e sensatez em reconhecer o erro tremendo e atentado às nossas géneses.
A nossa subscrição fica sem efeito.
Agora resta-nos apoiar e divulgar o único momento que nos faz delirar e trazer os amigos à avenida.
Que fiquem estes conselhos:
A Moita vive e sente como ninguém as suas festas.
A festa marca o ciclo da vida. O fim do verão, as colheitas e um novo ano de labor que se avizinha.
As nossas festas não se resumem a artistas e noites. As nossas festas vivem-se intensamente de dia e noite. Desde a alvorada ao derradeiro morteiro de despedida do fogo de artifício.
Há tardes, manhãs, rituais, costumes, raízes e tradições intocáveis e que devem ser do conhecimento de novos e futuros festeiros.
Só assim mantemos a nossa identidade.
Alterar o centenário arraial, largadas, tardes e noites alusivas, cortejos etnográficos, Zés Pereiras, desporto, Rio e religião não deve ser esse o caminho.
A nossa prioridade é manter o orgulho na herança que nos deixaram: Amar a Moita/Padroeira/Touro/Arraial/Barcos a Festa. Depois, só depois, os artistas.
A festa é de todos e para todos. Quem detesta o touro na rua ou a religião tem boas alternativas.
Há espaço para todos os clubes, partidos, religiões, géneros musicais, aficionados e não aficionados. Apenas se exige respeito e tolerância pela identidade e liberdade de cada um. Sem provocações e ódios.
Que seja, como sempre, a melhor festa de todas e que não tenhamos pena do passado.
Com muito orgulho!!!
Vivas à nossa Festa.
Festas em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem.”
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