Opinião

A culpa é (mesmo) do Passos!

Uma crónica de Bruno Fialho

Esta frase, mas sem o “mesmo”, que acrescentei de propósito e mais adiante irei explicar o porquê, é habitualmente usada para fazer ironia com situações em que a responsabilidade por acontecimentos actuais, seja uma catástrofe ou um erro de gestão do governo que cria uma situação penosa para os bolsos dos portugueses, é habitualmente atribuída ao ex-Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho.

Por exemplo, ao vermos a destruição que está a ser feita ao SNS dizemos: “a culpa é do Passos”.

Observamos assaltos “à mão armada” que têm sido praticados todas as semanas com a manutenção dos impostos sobre cada aumento dos combustíveis e dizemos: “a culpa é do Passos”.

Relativamente ao aumento da criminalidade no país, só podemos dizer: “a culpa é do Passos”.

E se houver um Tsunami em Portugal, também vamos dizer: “a culpa é do Passos”.

Penso que já perceberam que poderia estar aqui o dia todo a escrever sobre situações dantescas para a economia ou para o bem-estar dos portuguese que a culpa seria sempre do Passos Coelho, porque nunca é do Costa ou do PS.

Sem ironia, o problema é que Passos Coelho foi longe demais, vendeu o país às peças, ficámos sem as nossas maiores empresas, as quais foram oferecidas aos chineses, reduziu vencimentos e pensões de forma inqualificável, apenas para mostrar à Troika que conseguia ir mais longe do que aquilo que lhe era pedido.

Durante a governação de Passos Coelho o desemprego em Portugal bateu recordes, com mais de 800 mil pessoas desempregadas, por exemplo, hoje em dia temos 308 mil desempregados.

Por outro lado, e temos de ser honestos ao dizer que: Passos Coelho tirou-nos da situação da bancarrota, conseguiu endireitar as contas do país e queria pôr fim aos modelos de endividamento insustentáveis, que foram sempre criados pelas governações do PS, o que não conseguiu fazer por causa da moção de censura.

Mas, porque é que eu digo que “a culpa é mesmo do Passos”?

É porque o maior interesse do Governo de Passos Coelho era o que os gráficos de Excel diziam, sem perceber que as pessoas não vivem com aquilo que os economistas debitam da boca para fora, porque as pessoas têm de viver uma realidade que não está nos livros de economia ou nos quadros de Excel do Orçamento do Estado, pelo que, lamentavelmente a sua governação não foi feita a pensar nas pessoas, mas sim em objectivos económicos, algo que está completamente errado.

Mas o maior erro do Passos Coelho é que, acima de tudo, foi um homem honesto, o que lhe valeu grandes dissabores, como a perda do mandato para António Costa.

Se Passos Coelho tivesse pensado um pouco mais nas pessoas e não nos objectivos económicos globais e não tivesse ido para além do que a Troika pedia, hoje em dia não tínhamos o pior governo da história de Portugal e António Costa ainda estaria a tentar dar uma nova facada nas costas a algum outro “Seguro” do PS.

A principal razão do país estar como está é mesmo culpa do Passos, porque, com a governação que teve, conseguiu fazer com que a maioria do eleitorado tivesse votado no PS e nos restantes partidos da geringonça, sem que o povo se tivesse apercebido, tal como agora em Janeiro de 2022, que estava a cavar a própria sepultura.

Olhando para trás, posso dizer que, relativamente a tudo o que de mau acontece hoje em dia no país, a culpa é mesmo do Passos, porque se ele tivesse ficado a governar, acredito agora, porque na altura também não acreditei, de que Portugal e os portugueses estaria muito melhor do que está.

Para mim, a culpa é mesmo do Passos!


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